“Temos estado a conversar sobre esta questão com o embaixador do Brasil em Díli e a informação que nos foi dada pelo Brasil é que a cimeira é um compromisso do Estado e, independentemente das mudanças do Governo, vai acontecer como previsto em julho”, afirmou Hernâni Coelho.
“Foi a última informação que recebi do embaixador aqui. Estamos agora a aguardar do novo Governo brasileiro informações adicionais sobre esta matéria”, explicou.
Hernâni Coelho referiu que caso “haja algo não previsto” o assunto será debatido pelo Conselho de Ministros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). “Mas a informação mais recente é de que a cimeira vai decorrer como previsto”, afirmou.
Na semana passada, o secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) admitiu, em declarações à Lusa, que a cimeira dos “nove” poderia ser adiada mas que seria concretizada “pelo menos até ao fim do ano”.
Murade Murargy indicou que a recente crise política no Brasil poderia ter implicações no agendamento da cimeira e lembrou que, até ao fim do ano, decorrerão também os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, em agosto, e haverá ainda eleições Presidenciais em São Tomé e Príncipe e em Cabo Verde, que também terá eleições autárquicas. O secretário-executivo da CPLP lembrou, por outro lado, a cimeira da União Africana (UA, em julho) e a nova instabilidade política na Guiné-Bissau.
A cimeira da CPLP, entre outros temas, irá eleger a nova presidência da comunidade, que passa de Timor-Leste para o Brasil. A cimeira vai também ficar marcada, como explicou hoje em Díli Murargy, pela aprovação da nova visão estratégica da comunidade, no 20.º aniversário da organização.
“Aos 20 anos, a nova visão estratégica é a reafirmação do compromisso político dos nossos estados membros para com o futuro da organização”, disse hoje na abertura da XVII reunião dos Ministros da Defesa da CPLP, que decorre em Díli e onde participam delegações de todos os nove Estados lusófonos.
“Caminharemos para a afirmação da CPLP como uma verdadeira plataforma geopolítica, geoeconómica, geolinguística, com mecanismos eficientes para contribuir para as necessidades de desenvolvimento dos seus Estados, corresponder aos anseios dos cidadãos e ser reconhecida por parceiros internacionais”, afirmou.
Antes da cimeira e de entregar a presidência ao Brasil, Timor-Leste acolhe ainda várias reuniões ministeriais setoriais, incluindo nas áreas de Educação e Saúde.