Bárbara Reis deixa a direção do jornal Público. A atual diretora, que assumiu funções em 2009, sai em novembro, altura em que completa sete anos à frente do jornal. Ainda não é conhecido o substituto.

A notícia foi dada através de comunicado interno da administração do Público, que é detido pela Sonae. No documento, a administração reconhece o “zelo e brio profissionais” da diretora do jornal e garante ainda que a decisão foi tomada de forma “organizada”, de modo a que o processo não afete o normal funcionamento da publicação.

A administração garante que o “horizonte temporal” permite preparar a sua sucessão “com transparência e serenidade”.

No comunicado lê-se, ainda, que Bárbara Reis vai dedicar-se a outros dos seus “multifacetados interesses” dentro do jornal.

A jornalista começou a sua carreira no Expresso e foi depois convidada a fazer parte da equipa do então recém-criado Público. Foi correspondente do jornal em Nova Iorque e acabou por integrar uma missão das Nações Unidas em Timor. Regressou ao Público em 2002, onde ajudou a lançar o P2, foi editora de Cultura e assumiu a direção em 2009, cargo que abandona agora, sete anos depois.

A decisão de dar a conhecer a decisão acontece depois de vários rumores de desentendimentos entre direção e administração do jornal e de alguns conflitos na redação. O comunicado interno da administração acaba por admitir tal situação. “Perante os rumores dos últimos dias, o Conselho de Administração entendeu ser preferível antecipar a divulgação deste processo. As especulações sobre conflitos ou simples desentendimentos tornar-se-iam fortemente desestabilizadoras do jornal e, em acréscimo, seriam particularmente injustas para com a sua diretora”, pode ler-se no comunicado.

A administração escreve ainda que está a preparar a substituição de Bárbara Reis na direção com cuidado. “Desde o primeiro momento, de ambos os lados, houve a preocupação de planificar de modo organizado e sereno esta mudança na direção, para impedir que decisões de caráter urgente ou súbito prejudiquem o Público e os seus colaboradores. Uma planificação, que exige a reserva própria de processos deste tipo, corresponde aos interesses da empresa e foi também sempre sublinhada pela Bárbara Reis”, lê-se no já referido comunicado.

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