Mário Centeno garante que o governo está a trabalhar “com grande afinco” na consolidação das contas públicas e pede “paciência” e “tempo” para que “as reformas estruturais feitas nos últimos anos se materializem”, o que ajudará a acelerar o crescimento e a redução da dívida.

Em entrevista à televisão financeira CNBC, à margem de um evento da OCDE na capital francesa, Mário Centeno lembrou que o rácio de dívida pública “está a cair desde 2014” e que Portugal conseguiu “colocar o rácio de dívida (sobre o PIB) numa trajetória descendente”.

“Estamos a trabalhar com grande afinco na gestão das finanças públicas, para reduzir o défice”, garantiu o ministro das Finanças.

O responsável mostrou-se otimista de que a redução da dívida, suportada no crescimento económico, irá “acelerar” se se materializarem os frutos das “reformas estruturais que foram feitas nos últimos anos”. “A paciência é um fator essencial neste momento“, advogou.

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“O país atravessou um programa de ajustamento muito forte das finanças públicas. O que teve um impacto sobre a emigração, reduzindo a população ativa. Temos de deter esse processo e usar de todas as forças para atingir esse objetivo. Isso leva tempo. Nós compreendemos isso. É preciso tempo para que as reformas se materializem”.

Quanto à pressão europeia para cumprir as metas do défice, Centeno sublinhou que “temos um objetivo específico para o défice, que irá responder aos desejos da Comissão Europeia relativamente à consolidação orçamental”. “Não é algo que seja estranho às nossas políticas”, garantiu o ministro das Finanças, sublinhando, também, que “o governo está a trabalhar para aumentar a capacidade da economia portuguesa de crescer”.

O ministro das Finanças comentou, ainda, a necessidade de recapitalizar a Caixa Geral de Depósitos, banco que, como o Observador noticiou há duas semanas, poderá estar na iminência de receber um aumento de capital de até quatro mil milhões de euros. Centeno diz que o governo ainda está a “debater qual será o montante exato”.

“O objetivo é tornar a Caixa um banco robusto e capaz de financiar a economia, porque isso é uma das questões que nos temos de certificar que está operacional, o que significa que necessitamos de financiamento para a economia e o sistema financeiro é crucial para isso”.