É o mea culpa de Gabriela Canavilhas. A 19 de junho, na sequência de uma reportagem do jornal Público sobre a manifestação organizada em defesa da escola pública, a deputada socialista usou o Twitter para perguntar por que razão a jornalista autora do artigo “ainda não [tinha sido] despedida por escrever factos falsos”. Então, desafiada pelo Observador, a ex-ministra da Cultura desvalorizou e disse que o tweet era apenas um “desabafo”. Depois, ao Expresso, garantiu que, se soubesse a repercussão que iam ter as suas palavras, “teria colocado os emojis“. Agora, Canavilhas veio admitir que está “arrependida de ter escrito o Tweet sobre o Público” numa entrevista à Sábado.

Esqueci-me que era deputada. E nesse sentido evidentemente que errei. Claro que hoje, vendo bem a comoção geral que isso gerou, só posso estar arrependida de ter escrito o tweet (…) Eu sou pouco hábil nestas coisas das redes sociais. Não tenho Facebook, tenho Twitter há muito pouco tempo, nem sei muito bem como é que aquilo funciona. Cometo muitos erros a manusear o Twitter”, admite Gabriela Canavilhas, em entrevista à revista Sábado.

Desafiada a comentar o facto de esta não ser a primeira polémica a envolver alguém ligado ao PS — mais especificamente à área da Cultura — e a comunicação social, Gabriela Canavilhas concede que pode existir uma “apetência” maior para conflitos com jornalistas. “Talvez se possa eventualmente encontrar na personalidade das pessoas ligadas à cultura alguma apetência para uma certa liberdade na sua forma de estar na política.”

Na mesma entrevista — que não está disponível na íntegra no site da revista –, Gabriela Canavilhas fala também sobre o futuro político de José Sócrates. “Toda a gente tem direito ao futuro político. José Sócrates tem direito a todo o futuro que estiver ao seu alcance; não acredito que isso lhe seja negado. E não acredito que ele aceite que lhe seja negado qualquer tipo de futuro“, diz. Gabriela Canavilhas foi ministra da Cultura durante o segundo Governo de José Sócrates.

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