O Papa Francisco explicou a queda aparatosa da última quinta-feira, na Polónia. A bordo do avião de regresso a Itália, após ter estado em Cracóvia a presidir às Jornadas Mundiais da Juventude, o Papa lembrou o incidente: “Estava a olhar para Nossa Senhora, e esqueci-me de subir o degrau. Estava com o turíbulo na mão, e quando percebi que ia cair, larguei-o e deixei-me ir. Se tivesse resistido, teria tido consequências, mas nada. Estou muito bem”.
Durante a viagem entre a Polónia e Itália, em que também considerou que “não é justo dizer que o Islão é terrorista”, o líder da Igreja Católica foi questionado sobre vários assuntos, designadamente em relação à situação na Turquia e na Venezuela, e também sobre o caso do cardeal Pell, acusado de abuso sexual de menores.
Sobre a Turquia, o Papa Francisco disse que está a acompanhar a situação, e considerou que ainda é cedo para falar. “Estou a analisar a situação, com funcionários da Secretaria de Estado, mas ainda não é claro”, explicou o Papa, que informou que conta com a ajuda de alguns analistas políticos para o aconselharem na posição sobre a situação após o golpe de estado na Turquia. Ainda assim, o Papa afirmou: “Devemos evitar o mal sobre os católicos, e é o que fazemos, mas não ao preço da verdade”.
Já em relação à Venezuela, o Papa explicou que tinha um encontro marcado com o presidente, Nicolas Maduro, mas que teve de ser cancelado devido a doença do presidente venezuelano. O líder da Igreja Católica confirmou ainda que estão a ser feitos contactos no sentido de um encontro futuro para debater a situação do país.
Quanto à situação do cardeal Pell, o Papa Francisco explicou que “as primeiras informações que chegaram eram confusas, relativas a situações de há 40 anos”, e escusou-se a comentar o caso antes de ser tomada uma decisão judicial. “Quando a justiça falar, então eu falarei”, concluiu.
Durante a viagem, o Papa Francisco recebeu ainda alguns presentes de um repórter do Panamá, país que acolhe as próximas Jornadas Mundiais da Juventude.
O Papa agradeceu por fim pelos momentos que passou na Polónia. “Foi invadida novamente, mas desta vez por jovens”, disse o Papa Francisco, acrescentando que “o povo polaco tem muito entusiasmo. Mesmo à chuva, pelas ruas, não apenas os jovens, também as velhinhas”, recordou.