Helô Pinheiro, a eterna Garota de Ipanema, foi uma das escolhidas para transportar a tocha olímpica no trecho Leblon-Copacabana, na última fase do percurso da chama olímpica até à cerimónia de abertura desta sexta-feira dos Jogos Olímpicos do Rio 2016.
La Garota de #Ipanema "qualche anno dopo"…con la torcia olimpica #Rio2016 pic.twitter.com/6nr9zqUrBN
— Luca Martucci (@rioconcierge) July 15, 2016
Atualmente com 71 anos, Heloísa Eneida Menezes Paes Pinto (o seu nome completo) tornou-se mundialmente conhecida quando se tornou a musa oficial da bossa nova.
Foi ela que inspirou a famosa canção de António Carlos Jobim e Vinicius de Moraes que segundo consta foi escrita num guardanapo. A letra já tinha sido escrita antes por Vinicius de Moraes (em Petrópolis) e o nome original era “Menina que passa”.
Os dois mestres do género musical mais conhecido do Brasil eram frequentadores assíduos do bar Veloso, nos idos anos 1960. Reza a história que Helô Pinheiro morava no número 22 da rua Montenegro (muito perto do bar) e passava em frente à esplanada “num doce balanço, a caminho do mar“, da praia de Ipanema. Na altura, tinha 17 anos, cabelos negros, olhos azuis e fazia virar muitas cabeças masculinas.
Os dois amigos deleitavam-se com a ginga da então bailarina e acabaram por adaptar a letra de “Menina que passa” em sua homenagem à qual acrescentaram a melodia. O hino não-oficial da bossa nova nasceu oficialmente em 1962 e foi tocada pela primeira vez em agosto desse ano num espetáculo na Boate Bon Gourmet, em Copacabana, no Rio de Janeiro.
Heloísa Eneida Menezes Paes Pinto só descobriu que a música havia sido composta em sua homenagem cerca de três anos depois, em 1965. Nessa altura já namorava com Fernando Pinheiro, e quando casou convidou Tom Jobim e a esposa Teresa para serem padrinhos.
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Helô Pinheiro tem quatro filhos e é modelo, apresentadora de televisão e empresária. Criou uma linha de roupa de praia a que chamou, precisamente, Garota de Ipanema. Em 2012 publicou a sua autobiografia “A Eterna garota de Ipanema” (editora Aleph).