O Fundo Monetário Internacional reviu esta terça-feira em baixa a previsão de crescimento para Moçambique, antecipando agora que a economia cresça 4,5% este ano, acelerando para 5,5% no próximo e para 6,8% em 2021.

De acordo com o World Economic Outlook, divulgado esta terça-feira, as previsões de crescimento para Moçambique representam uma degradação face à previsão de maio, na qual os analistas do Fundo antecipavam uma expansão económica de 6% este ano e de 6,8% em 2017.

O relatório não apresenta as razões para esta deterioração nas estimativas de crescimento económico, mas a generalidade dos analistas e o próprio Governo tem apontado a descida do preço das matérias primas, a crise da dívida escondida, a suspensão das doações internacionais e fatores internos como a crise político-militar e as perturbações na produção agrícola como razões para o forte abrandamento no crescimento da economia moçambicana.

A cooperação entre as autoridades moçambicanas e o FMI e o Banco Mundial deteriorou-se em abril, na sequência da descoberta de dívidas superiores a mil milhões de euros que o anterior governo contraiu entre 2013 e 2014 à revelia da Assembleia da República e das instituições financeiras internacionais.

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Na sequência da revelação dos empréstimos, o FMI suspendeu o pagamento de um empréstimo de mais de 150 milhões de euros para Moçambique e exige a realização de uma auditoria forense para o reatamento da cooperação financeira.

As três principais agências de notação financeira desceram o ‘rating’ do país, tornando mais difícil o acesso aos mercados, que no verão chegaram a cobrar juros de quase 20% pelas transações de títulos de dívida soberana.

Moçambique enfrenta ainda uma crise económica traduzida pela descida do valor das matérias-primas de exportação, forte desvalorização do metical, subida da inflação, desastres naturais e conflito militar no centro do país.

A economia mundial deverá crescer 3,1% este ano, segundo as projeções do FMI, que antecipa uma aceleração do crescimento em 2017, para os 3,4%, uma revisão em baixa de 0,1 ponto percentual em cada ano.

A zona euro, por seu lado, deverá crescer 1,7% este ano e abrandar para os 1,5% em 2017.