Um erro informático ditou o desfecho trágico da Schiaparelli, no mês passado, na superfície marciana. Segundo a Agência Espacial Europeia (AEE), a plataforma espacial esbarrou no planeta vermelho a 540 km/h, após uma falha de cálculo na altitude, conta a AFP, aqui citada pelo The Guardian.

“A informação errada gerou uma altitude estimada que era negativa. Ou seja, abaixo do nível do solo”, explicou a Agência Espacial Europeia num comunicado. “Isso resultou na abertura do para-quedas e da criação do escudo térmico de forma prematura, assim como um disparo dos propulsores de travagem e a ativação dos sistemas terrestres, como se a Schiaparelli já tivesse aterrado. Na realidade, o veículo estava ainda a 3.7 quilómetros de altitude.”

“Por um lado, temos sorte por esta falha do sistema de navegação ter sido descoberto no último teste da aterragem, antes da segunda missão”, disse Thierry Blancquaert, coordenador de operações do Schiaparelli

A plataforma Schiaparelli custou 230 milhões de euros e viajou 496 milhões quilómetros, durante sete anos, inserida na sonda Trace Gas Orbiter. A missão final, que previa uma viagem de um milhão de quilómetros até Marte, aconteceu de forma independente.

Segundo o Space News, não era suposto a missão da Schiaparelli durar mais do que alguns dias na superfície marciana. A publicação acredita que este desfecho mal-sucedido poderá colar ao projeto uma imagem negativa, dificultando assim o financiamento para a missão conjunta da AEE com a Rússia prevista para 2020.

A Schiaparelli representava a segunda fase da missão ExoMars 2016. Na primeira etapa, a AEE colocou na órbita de Marte a sonda Trace Gas Orbiter, que estará 100% operacional no final de 2017.