O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, sublinhou, esta sexta-feira, em Sintra o papel dos emigrantes como “facilitadores” das exportações ou de investimentos portugueses nos países de acolhimento, servindo como “testemunho da valia de Portugal”.

“As nossas comunidades podem servir de facilitadores para as exportações portuguesas para esses países e para o investimento português. Eles são o principal testemunho da valia de Portugal nesses países, são o exemplo concreto do valor de Portugal”, considerou Santos Silva, em declarações aos jornalistas no final da sessão de abertura do I Encontro de Investidores da Diáspora, que decorre esta sexta-feira e sábado em Sintra, com a participação de cerca de 300 empresários oriundos de 38 países.

Um dos objetivos principais do encontro é, destacou o ministro, atrair investimento da diáspora portuguesa para Portugal.

Quanto à atração de projetos para o país, Augusto Santos Silva garantiu que não aceita que potenciais investidores sejam confrontados com problemas burocráticos e disse que procura resolver questões desse tipo que surjam.

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“Quando me dizem, estou a ter problemas burocráticos, eu digo: quero saber quem, como, quando e onde. Você não pode ter impedimentos burocráticos”, considerou.

Santos Silva admitiu que os projetos possam ser recusados porque a localização pretendida esteja numa reserva natural ou porque um investimento não tem a qualidade necessária para receber apoios, assim sendo avaliados “tecnicamente, profissionalmente, não politicamente” pelos serviços da administração.

“O que eu não aceito é que não se responda ou que não se responda em tempo útil, ou que um qualquer burocrata ou uma qualquer legislação esteja a impedir as pessoas de terem a informação necessária para tomar a sua decisão ou implementar imediatamente a sua decisão, se ela estiver tomada e se for conforme à lei”, disse.

Nessas situações, relatou: “Peço sempre a todos que me identifiquem quais são os obstáculos que encontraram, onde, quem é o responsável, para, se forem responsáveis, lhes dar ordens em sentido contrário. Se for alguma questão legislativa ou administrativa, mudá-la”.

No mesmo sentido, o presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, que já presidiu à AICEP, defendeu que o mais importante é “informar o investidor, não o deixar sem resposta, porque isso significa não o considerar”.

Sobre o encontro que começou, esta sexta-feira, em Sintra, e que passará a decorrer anualmente, tem como objetivo que “entre todos se vá criando uma rede de contacto, de diálogo, de conhecimento recíproco”, explicou o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro.

Por outro lado, o Governo também auxiliar os micro e pequenos investidores em Portugal, que querem “sair para o exterior e muitas vezes já saíram e as experiências não correram bem, porque falta conhecimento”, comentou o governante.

“Queremos que saiam em segurança e com proteção e apoio das autoridades portuguesas”, afirmou.

O presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, defendeu também que “a melhor política social é criar emprego, através de investimento, público ou privado”, porque “anima-se o mercado e dá-se dignidade às pessoas”.