Hyolitha, um estranho animal revestido por uma concha, viveu no fundo do mar há cerca de 500 milhões de anos. E é testemunha do período cambriano, a chamada explosão da vida, que originou, de forma repentina, várias espécies de animais. Esta descoberta foi feita depois de se ter conseguido determinar que o hyolitha afinal não pertencia à família dos moluscos, mas sim, ao grupo dos lofoforados, animais invertebrados que utilizam tentáculos para se alimentar, dá conta a BBC.

A criatura marinha adquiriu o seu lugar na árvore da vida graças a um estudo publicado pela revista Nature, que contou com a participação de paleontólogos da Universidade de Toronto. “Eles [hyolitha] apareceram no registo fóssil há cerca de 530 milhões de anos e sobreviveram até há 250 milhões de anos. No entanto, a sua origem tem sido uma incógnita desde há 175 anos, altura em que foram descobertos”, conta Joseph Moysiuk, um dos cientistas responsáveis pela descoberta.

“Descobrir que podemos posicioná-los na árvore da vida, resolve o longo mistério acerca do que estes animais são realmente e qual a sua origem”, afirma Moysiuk à BBC.

De acordo com o cientista, a anatomia invulgar e o historial incompleto das criaturas foram a grande barreira para a descoberta do verdadeiro grupo animal a que pertencem.

Segundo o El Mundo, a investigação, realizada a partir da análise dos tecidos moles da espécie, revelou ainda que eles utilizavam um par de estruturas largas e curvas para conseguir levantar-se até à superfície do mar. Especialistas consideram também que este trabalho veio criar um debate paleontológico e enfatizar a importância da preservação dos tecidos moles para resolver a história da evolução de outras espécies.

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