O secretário-geral do PS, António Costa, classificou, esta terça-feira, como “bom” o estado das relações políticas entre o Governo e os partidos que o suportam no parlamento, apesar das divergências sobre a descida da Taxa Social Única (TSU). De acordo com fonte socialista, esta opinião foi transmitida por António Costa na reunião da Comissão Nacional do PS, após uma pergunta formulada pelo dirigente da UGT, José Abraão.

Na sua intervenção, José Abraão considerou “estranha” a contestação “dura” que está a ser feita pelo PCP, “Os Verdes” e pelo Bloco de Esquerda ao acordo de concertação social celebrado pelo Governo, mais concretamente à medida que concede aos empregadores uma descida da TSU em 1,25% como compensação a um aumento do salário mínimo para os 557 euros.

José Abraão quis então saber qual o real estado atual das relações entre Governo, PCP, Bloco de Esquerda e PEV, mas, segundo as mesmas fontes, António Costa afastou totalmente qualquer cenário de crise e definiu como globalmente bom o relacionamento com essas forças políticas.

Perante os jornalistas, no final da reunião da Comissão Política Nacional do PS, na mesma linha de António Costa, a secretária-geral adjunta dos socialistas, Ana Catarina Mendes, também procurou desdramatizar a posição assumida pelo Bloco de Esquerda, PCP e PEV em relação à descida da TSU.

“O Bloco de Esquerda, o PCP e o PEV sempre disseram que estavam contra a descida da TSU. Os partidos que apoiam o Governo do PS sempre disseram quais eram as suas convergências e as suas divergências”, alegou a “número dois” da direção dos socialistas. Por isso, acrescentou Ana Catarina Mendes, na questão da TSU, “sempre foi conhecida essa divergência”. “Não façamos disto um caso. Quem mudou de posição não foi o PS, não foi o PCP ou o Bloco de Esquerda. Quem mudou de posição foi Pedro Passos Coelho e o PSD”, acusou Ana Catarina Mendes, para quem o líder social-democrata está a actuar “em ziguezague”, acusou.

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