O PCP voltou a defender esta segunda-feira a manutenção do Novo Banco na esfera pública. A reação dos comunistas surge no dia em que o Banco de Portugal anunciou que estava a negociar a venda do antigo Banco Espírito Santo (BES) em exclusivo com o fundo de gestão norte-americano Lone Star.

“Como o PCP tem defendido desde o início do processo de resolução do BES, em Agosto de 2014, o Novo Banco pela sua dimensão, pelo apoio que pode dar às micro, pequenas e médias empresas e às famílias, devia manter-se sob controlo público do Estado e colocado ao serviço do desenvolvimento económico do País e das famílias, salvaguardado que seja o interesse nacional”, defendem os comunistas, numa nota enviada às redações.

A 6 de janeiro, os comunistas apresentaram um projeto de resolução para pressionar o Governo socialista a travar a venda do Novo Banco, mantendo assim o banco na esfera pública. O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda apresentou uma iniciativa semelhante, mas ambas acabariam por ser chumbadas no Parlamento, com votos contra de PS, PSD e CDS.

No dia em que o regulador “decidiu selecionar o potencial investidor Lone Star para uma fase definitiva de negociações, em condições de exclusividade, com vista à finalização dos termos em que poderá realizar-se a venda da participação do Fundo de Resolução no Novo Banco”, os comunistas voltam, assim, a vincar a posição do partido: a venda do Novo Banco, a concretizar-se, será uma “decisão contrária ao interesse nacional”.

“A venda do Novo Banco, um dos maiores bancos nacionais em atividade, constituirá, a concretizar-se, uma decisão contrária ao interesse nacional. A eventual venda do Banco a um grupo privado – associado a Fundos de Investimento e a atividade especulativa – depois de o Estado ter sido comprometido com avultados recursos públicos no processo de Resolução (4,9 mil milhões de euros), incluindo os seus ativos mais problemáticos, como aconteceu anteriormente com o BPN e o Banif, constitui uma decisão que só pode merecer a rejeição pelo PCP”, sustenta o PCP.

No comunicado, os comunistas elencam ainda as potências de uma eventual venda do Novo Banco. “A concretizar-se, tal decisão deixaria o caminho livre para uma reestruturação do Banco, com prejuízo dos seus trabalhadores e da atividade do Banco, e à preparação da sua venda pelos novos donos em condições favoráveis aos seus interesses mas lesivas do interesse público na linha do que é a natureza destes fundos de investimento”.

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