António Tomás Correia está disposto a abandonar a presidência da Associação Mutualista Montepio Geral se alguma das acusações de que é alvo, relativas a práticas durante a sua liderança do banco Montepio, se vierem a provar. Em comunicado, o gestor garante que levará até ao fim o mandato para o qual foi eleito, a menos que “se alguma vez se colocar a possibilidade de transitar em julgado algo a meu desfavor”. Para já, reforça, “levarei até ao fim o mandato que me foi confiado”.

A reacção de Tomás Correia surge na sequência do processo movido pelo Banco de Portugal, noticiado hoje pelo Jornal de Negócios, contra o ex-presidente da Caixa Económica Montepio Geral e mais oito ex-administradores.

Banco de Portugal acusa nove antigos gestores do Montepio

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Tomás Correia, que agora lidera unicamente a associação mutualista, afirma que, “se alguma vez se colocar a possibilidade de transitar em julgado algo a meu desfavor, em qualquer tribunal, por quaisquer actos ilícitos, abdicarei do exercício das minhas funções”. Para já, reforça, declara-se “profundamente convicto e seguro de que isso não vai acontecer”, já que “estou tranquilo relativamente ao desfecho destas, e de outras acusações que me foram dirigidas.”

Recorde-se que o Banco de Portugal acusou Tomás Correia e outros oito antigos responsáveis da Caixa Económica Montepio Geral por, entre outras práticas, terem financiado o Grupo Espírito Santo numa altura em que o universo liderado por Ricardo Salgado já enfrentava notórias dificuldades financeiras. Os nove ex-gestores e antigos membros do conselho geral e de supervisão da caixa económica são acusados de várias contra-ordenações especialmente graves, arriscando ser condenados a pagar multas que podem chegar a quatro milhões de euros.

No mesmo comunicado, Tomás Correia garante que, para já, vai levar”até ao fim o mandato que me foi confiado, ao serviço de todos os Associados do Montepio”.