O caso aconteceu este domingo de manhã e está a provocar forte contestação. Duas raparigas, com cerca de 10 anos, seguiam para embarque num voo da United Airlines no Aeroporto Internacional de Denver para Minneapolis, Estado do Minnesota, mas foram impedidas, por um funcionário da companhia aérea, de seguir para o avião. O motivo? Estavam a usar ‘leggings’.
O The Guardian conta que as duas meninas não estariam a respeitar o ‘dress code’ da companhia aérea. Contudo, ninguém tinha conhecimento das restrições de vestuário em voos da United Airlines. O caso foi denunciado via redes sociais por Shannon Watts, uma ativista norte-americana que terá assistido ao incidente enquanto embarcava numa porta ao lado.
No Twitter, Shannon relatou o sucedido mostrando indignação pelo que estava a assistir :
1) A @united gate agent isn't letting girls in leggings get on flight from Denver to Minneapolis because spandex is not allowed?
— Shannon Watts (@shannonrwatts) March 26, 2017
“Um agente da porta de embarque da United não está a deixar raparigas de leggings embarcar de Denver para Minneapolis porque a lycra não é permitida?”
A indignação da ativista continuou na rede social com outra publicação. Aqui, Shannon contava aos seus seguidores que as meninas estavam a ser forçadas pelo funcionário a vestirem um vestido, senão, não embarcariam. “Desde quando a United policia a roupa das mulheres?” terminou.
2) She's forcing them to change or put dresses on over leggings or they can't board. Since when does @united police women's clothing?
— Shannon Watts (@shannonrwatts) March 26, 2017
A ativista prosseguiu com outra publicação mas, desta vez, a companhia aérea respondeu, defendendo que no regulamento da United está explícita a existência de ‘limites’ de vestuário para embarcar num voo daquela companhia aérea.
In our Contract of Carriage, Rule 21, we do have the right to refuse transport for passengers who … https://t.co/52kRVgaCyb
— United Airlines (@united) March 26, 2017
Casual attire is allowed as long as it looks neat and is in good taste for the local environment. (1/2)
— United Airlines (@united) March 26, 2017
“Vestuário causal é permitido, desde que pareça limpo e de bom gosto para o local”, pode ler-se neste último tweet. Ficou assim evidente que a companhia aérea tem mesmo ‘dress code’. Além disso, uma outra justificação foi dada. Ao que tudo indica, as duas meninas estariam a viajar em beneficio de uma empresa, e esse tipo de viagens pede uma forma de vestir mais cuidada. Ainda assim, as justificações da United Airlines não convenceram a maioria e várias celebridades norte-americanas ameaçam deixar de voar com a companhia. Uma delas foi Christine Teigen, mulher do cantor John Legend. Também via Twitter, a norte-americana satirizou o momento, afirmando que da próxima vez que voar, irá apenas de “jeans e lenço”.
https://twitter.com/chrissyteigen/status/846066710171926529
A atriz Patricia Arquette, também satirizou o sucedido:
See? ???????? I've done it before! ???????? pic.twitter.com/MC6P144kjL
— William Shatner (@WilliamShatner) March 26, 2017
A companhia aérea está agora debaixo de fogo com sucessivas críticas ao sucedido onde é, inclusive, acusada de sexismo, uma vez que as restrições afetam maioritariamente mulheres. Isto porque, e segundo o The Guardian, na lista de restrições de indumentária apresenta-se a proibição de calções demasiado curtos, minissaias, blusas que revelem a barriga, e toda a roupa de lycra (tops, vestidos ou calças – como leggings).
O The Washington Post salienta a ‘explosão’ que este caso teve nas redes sociais, onde os adjetivos que se destacam são ‘horrendo e ultrajante’ ou simplesmente um ‘disparate’.