Donald Trump telefonou a Recep Erdogan para o congratular pela vitória do “sim” no referendo de domingo na Turquia, que irá permitir a passagem do poder executivo para as mãos do Presidente turco, informou a Casa Branca num comunicado. Durante a conversa telefónica, os dois governantes terão também discutido as ações levadas a cabo pelas forças norte-americanas contra a Síria no início do mês.

Na madrugada de 7 de abril, os Estados Unidos da América lançaram um ataque aéreo contra a base aérea síria em al-Shayrat, nos arredores de Homs, a partir da qual foi lançado o ataque químico por parte das forças sírias que provocou a morte de, pelo menos, 100 civis. Segundo Donald Trump, o ataque de dia 7 faz parte para estratégia norte-americana de prevenção e dissuasão da “proliferação e uso de armas químicas mortais” na Síria.

“O Presidente Trump agradece ao Presidente Erdogan por apoiar esta ação dos Estados Unidos e os líderes concordaram com a importância de responsabilizar o Presidente sírio Bashar al-Assad”, refere a nota. “O Presidente Trump e o Presidente Erdogan também discutiram a campanha contra o ISIS e a necessidade de cooperar contra os grupos que usam o terrorismo para atingir os seus fins.”

Os turcos votaram no fim de semana uma alteração da Constituição que prevê a atribuição de mais poderes ao Presidente. Com a vitória do “sim” — com 51,37% dos votos –, Recep Erdogan passará a poder nomear e afastar ministros, membros do Tribunal Constitucional e a poder emitir ordens executivas. Estas funções estavam anteriormente a cargo do Parlamento da Turquia que, a partir de agora, terá um papel meramente secundário.

A principal força da oposição, o Partido Republicano do Povo, já pediu a anulação do referendo por alegadas irregularidades no escrutínio. Observadores internacionais concluíram que o processo não foi verdadeiramente democrático, uma vez que as duas partes não tiveram oportunidades iguais. Num comunicado emitido esta segunda-feira, o Conselho da Europa e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa considerou ainda que a cobertura dos meios de comunicação social foi parcial e que houve limitações às liberdades fundamentais.

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