Júlio Magalhães confirma que foi mesmo convidado para encabeçar uma candidatura à Câmara Municipal do Porto pelo PS. A confirmação foi feita na SIC e desmente aparentemente o PS, que negou a existência do desafio lançado ao apresentador anunciado por Marque Mendes e motivou o pingue-pongue “sim-não-sim-não-sim-não” nos últimos dias. O diretor do Porto Canal avança mesmo com outra novidade: também o PSD já o tinha antes convidado. Só não identifica o autor da mensagem.
Marques Mendes: PS terá convidado Júlio Magalhães para concorrer contra Rui Moreira
“Fui convidado várias vezes, tanto pelo PSD, como pelo PS, para ser candidato a algumas câmaras. Desta vez, o que aconteceu foi apenas que recebi uma mensagem, não sei de quem foi e eu disse imediatamente que não. Foi na sexta-feira à noite”, assumiu à SIC Notícias.
“A dedução que fiz foi que, naquela altura, ainda havia possibilidade de o Dr. Pizarro aceitar o convite do Dr. Rui Moreira. Achei normalíssimo e legítimo que alguém do PS, ou não, tivesse planos B. Pode ter mandado para mim como pode ter mandado para mais pessoas”, acrescentou.
O Observador sabe que a mensagem foi enviada ao início da noite da última sexta-feira. Perguntava simplesmente se Júlio Magalhães estaria disponível para receber um telefonema de António Costa para ser candidato do PS à Câmara do Porto. O número não fazia parte dos contactos do jornalista, que não o identificou. ‘Juca’ terá respondido que podia falar com o primeiro-ministro mas que não ponderava tal hipótese. Nessa altura, a hipótese de Manuel Pizarro continuar como vereador ou vice-presidente de Rui Moreira como independente era mesmo a possibilidade mais forte.
PS desmente Marques Mendes e nega qualquer convite a Júlio Magalhães
Ao Observador, Tiago Barbosa Ribeiro, presidente da concelhia do PS/Porto, voltou a desmentir o convite. “Júlio Magalhães confirma o que sempre dissemos: não houve nenhum convite do PS para ser candidato à Câmara do Porto. Nenhum dirigente o fez, como foi confirmado, e seria caricato que qualquer candidato e qualquer autarquia fosse convidado por SMS. Mensagens anónimas não merecem credibilidade a ninguém, sendo parte de uma tentativa de desestabilização sem grande efeito. O caso está encerrado”, explicou.
Segundo garantias dadas por fontes socialistas ao Observador, a mensagem, confirmada por Júlio Magalhães, não foi enviada nem por Manuel Pizarro, nem por Ana Catarina Mendes, nem por António Costa. “É mentira. O ambiente é desinformação total”, ouviu o Observador.
Outras fontes ligadas ao aparelho socialista do Porto garantem que a decisão de avançar com Manuel Pizarro como candidato foi concertada com António Costa pouco depois do jantar e fechada formalmente ainda antes das 23h30. Mais: o vereador socialista foi sempre a primeira escolha. Pelo menos, é essa a garantia dos socialistas.
Às 23h45, segundo conseguiu apurar o Observador, o secretariado do PS Porto colocou a circular uma convocatória para que todos os militantes do aparelhos socialista do Porto se reunissem no dia seguinte — sábado, às 11 horas da manhã — para formalizarem o apoio a Pizarro, negando assim que tivesse existido qualquer viragem súbita na decisão ou qualquer hesitação.
Existe, no entanto, uma peça neste quebra-cabeças que continua por revelar: quem enviou mensagem a Júlio Magalhães em nome do PS? Só o próprio poderá revelar.