Os panificadores angolanos pretendem construir pequenas padarias nas escolas do país para fornecer regularmente merenda escolar aos alunos, projeto que aguarda aprovação do Ministério da Educação, informou à Lusa o presidente da associação do setor.

De acordo com Gilberto Simão, o projeto da Associação das Indústrias de Panificação e Pastelarias de Angola (AIPPA) “é ambicioso mas realista” e faz parte de um programa de ação dos panificadores angolanos para “dar resposta à carência de merenda escolar” nas escolas do ensino primário.

“Hoje gasta-se muito dinheiro na distribuição da merenda escolar, que não chega às crianças. Eu, por exemplo, estou numa província onde está adjudicado um distribuidor de merenda escolar a 300 quilómetros. É um absurdo”, disse.

O presidente da AIPPA afirmou que a associação está disposta a ajudar o Governo neste processo, garantindo com regularidade pelo menos chá com pão para as crianças.

“Porque o que nós vimos é lamentável. Eu visitei esse país todo, muitas escolas, e havia muitas crianças há duas horas à frente de um professor e não comeram nada de noite nem de dia”, explicou.

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Segundo o responsável, os associados da AIPPA estão mobilizados, o projeto já foi entregue formalmente ao Ministério da Educação aguardando apenas pelo aval das autoridades do setor.

“Não é preciso estarmos aqui a inventar grandes conjuntos com leite e iogurte, quando às vezes você tem escolas onde não tem energia elétrica. Você vai prometer conservar leite ou iogurte numa escola onde não tem luz? Prefiro prometer pão com chá e vou dar todos os dias, é esse o nosso programa de ação”, adiantou.

“Vamos esperar que as autoridades respondem afirmativamente a esta nossa iniciativa, temos já um pedido ao Ministério da Educação, aguardando apenas a autorização do senhor ministro”, acrescentou.

A Associação das Indústrias de Panificação e Pastelarias de Angola controla em Luanda cerca de 1.000 indústrias de panificação licenciadas e mais 100 nas restantes 17 províncias do país.