Os D.A.M.A estão a ser alvo de críticas depois de uma resposta a uma fã, feita na rede social Twitter. Em causa está uma conjugação verbal, corrigida pela fã, e com a qual a banda não concordou. A polémica instalou-se e o Observador foi ouvir as duas partes.

Tudo partiu de um tweet partilhado na conta oficial da banda, com um excerto da letra de uma música onde foi usada a expressão “tasse”. Foi nesse momento que uma fã, Sofia Costa Lima, respondeu a explicar que, a seu ver, a forma correta de escrever a expressão era “‘tá-se”.

A resposta da banda foi a seguinte:

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Olá, Sofia. Em que língua? Em Português, o Pretérito Imperfeito no Subjuntivo do verbo é Estasse, abreviado ‘Tasse. #thinkbeforeyouspeak [pensa antes de falares].”

A resposta “chocou” a rapariga que não encontrou motivo para “a agressividade”, como escreveu numa publicação no Facebook.

“O que aconteceu foi que eu os corrigi e eles responderam de uma forma que eu considero arrogante e hostil e acho que não havia necessidade”, conta Sofia Costa Lima ao Observador. A jovem, licenciada em Jornalismo, diz ter recebido comentários menos simpáticos: “Há pessoas que concordam com a correção, outras que não. Eu respeito todos mas acho que não há necessidade de responder com agressividade e há comentários com os quais não vale a pena perder tempo.” Sofia admite que “isto tomou contornos sobrenaturais”.

Da parte dos D.A.M.A, “não há qualquer comentário a fazer”. O manager da banda, Joaquim Fonseca, não quis acrescentar nenhum comentário, quando contactado pelo Observador.

O que temos para dizer está escrito nas redes sociais onde achámos necessário.”

Nas redes sociais, a banda desculpou-se com dois tweets diferentes.

De acordo com o jornalista, co-fundador e responsável da página Ciberdúvidas, José Mário Costa, quando dizemos banalmente “‘tá-se bem” trata-se de “uma gíria, um termo errado para o qual tem que se dar a entender que não é a forma correta” nomeadamente através do uso de pontuação. É uma “manipulação” incorreta do verbo estar na terceira pessoa do presente do indicativo.

Jorge Martins Trindade, professor especializado em Português na Escola Superior de Comunicação Social, explica que a este verbo se encontra “associado o pronome clítico ‘se’, que desempenha a função de sujeito indeterminado“. Estamos perante “uma forma pronominal: está-se [bem]”, afirma José Mário Costa. “Faz parte de uma linguagem nada cuidada e não recomendada.”