Marcelo Rebelo de Sousa recusou-se a comentar os nomes escolhidos pelo Governo para representantes do Estado no Conselho de Administração da TAP, mas deixou o desafio: “Num debate para o futuro talvez valha a pena pensar, sobretudo para administradores executivos de empresas onde o Estado está, num sistema semelhante ao da CReSAP [Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública]. Antes da decisão pelo Governo, haver a audição por uma entidade independente, que se pronuncie sobre os nomes e, em casos, digamos assim, mais importantes, haver um sistema de concurso público, como há, por exemplo, para o governador do Banco de Inglaterra ou para o presidente da BBC”.

Não comento nomes, é uma escolha de confiança política, disse.

O Presidente da República explicou que esse debate é importante e deve ser feito com tempo, para que se evitem situações como as que acontecerem esta semana, com muita contestação por parte de todos os partidos em relação à escolha de Lacerda Machado para a administração da TAP. “Há muito tempo isto me agrada como tema de debate. Encontrar um sistema que vá para além daquilo que periodicamente cria muita especulação, às vezes injusta para as pessoas que se vêem envolvidas numa suspeição de que é uma escolha pessoal ou partidária…”

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Ainda em relação à TAP, Marcelo Rebelo de Sousa destacou os “sinais positivos” da empresa: “O que interessa aos portugueses é que a TAP corra bem e os sinais têm sido positivos: novas frotas, os primeiros resultados são encorajadores. isso é o mais importante, a estratégia e os resultados”.

Sobre o coro de críticas e o clima de alguma crispação política que se verificou nos últimos dias, Marcelo desdramatiza: “Estamos em campanha eleitoral, falta cada vez mais tempo para as eleições e cada um vai puxar a brasa à sua sardinha”.

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