O bispo da Guarda considerou esta sexta-feira que os incêndios espalharam “muito sofrimento” pela região e anunciou que a Cáritas Diocesana local dispõe de uma verba, no valor de cinco mil euros, para ajudar as vítimas.

“A vaga de incêndios do último domingo deixou muito sofrimento espalhado pelas nossas terras. Perderam a vida quatro pessoas residentes dentro da nossa Diocese e, pelo menos, mais uma também morreu, quando fugia do fogo, a partir de uma das nossas paróquias”, refere o bispo numa nota pastoral dirigida às comunidades cristãs da diocese da Guarda.

No documento, o prelado diocesano aponta que os “dramas” causados pelas chamas “não se ficam por aqui”.

Contactei pessoas que perderam a casa e praticamente tudo o que tinham lá dentro. Outra que perdeu o ganha-pão – o trator com que trabalhava. Sei de outras que perderam os animais que eram o seu sustento; outras ainda ficaram com alguns animais, mas agora, com tudo ardido, não têm que lhes dar a comer”, relata.

Na nota divulgada, o bispo da Guarda considera que “é, de facto, muito, o sofrimento gerado pelo drama dos incêndios” e adianta que a Diocese quer agora ajudar as pessoas, “respondendo, para já, às suas necessidades imediatas, como é o caso de falta de roupa para vestir, de alimentos indispensáveis, de fogão e gás para os cozinhar ou alguma ração para os animais”.

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Manuel Rocha Felício pede à Cáritas Diocesana da Guarda para, em colaboração com os párocos, “identificar este tipo de necessidades imediatas e lhes responder no imediato”, indicando que aquela estrutura já dispõe “de um fundo de maneio, no valor de cinco mil euros”.

O bispo reconhece que o valor disponibilizado “não chega para responder às necessidades”. Por isso, pede “a generosidade das pessoas em geral” para, com os seus donativos, que devem ser dirigidos à Cáritas Diocesana da Guarda, possam “engrossar este fundo” para dar resposta “a todas as necessidades mais urgentes”.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 43 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos quais graves.

Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, em junho, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.