A primeira-ministra escocesa acusou esta quinta-feira o governo britânico de “incompetência” na gestão da saída da União Europeia, o designado ‘Brexit’, concluindo pela necessidade da independência da Escócia, dada as dificuldades de Londres nas negociações com Bruxelas.
“Esta semana, o governo conservador, aliás a aliança entre o partido conservador e o DUP (sigla em Inglês do Partido Unionista Democrático, protestantes da Irlanda do Norte) mostrou-se fingida, mentirosa e totalmente incompetente”, declarou Nicola Sturgeon, perante os deputados escoceses, em Edimburgo.
“Mais do que ter o nosso futuro nas nossas mãos, estamos à mercê do governo conservador. Temos de recuperar o controlo do nosso destino, e quanto mais cedo, melhor”, insistiu.
Na segunda-feira, em Bruxelas, a primeira-ministra britânica, Theresa May, parecia estar prestes a obter um acordo sobre as principais modalidades de divórcio com a União Europeia, antes de o seu aliado no parlamento, o DUP, se opor ao tratamento particular que teria sido acordado à Irlanda do Norte, para evitar a instauração de uma fronteira com a vizinha República da Irlanda.
Com 10 deputados em Westminster, os ultraconservadores do DUP são aliados dos conservadores de May, que não têm a maioria absoluta na Câmara dos Comuns desde as legislativas de junho.
Sturgeon afirmou que a sua prioridade era a manutenção do Reino Unido no mercado único, apesar do ‘Brexit’, o que conservadores já afastaram.
A chefe do governo escocês já apelou ao líder da oposição britânica, o trabalhista Jeremy Corbyn, considerando que era possível obter uma maioria neste assunto no parlamento de Westminster.
Em junho de 2016, a Escócia tinha votado pela manutenção na União Europeia, com 62%. Em outro referendo, em 2014, os escoceses exprimiram-se, por 55%, pela permanência no Reino Unido.
Depois, Nicola Sturgeon, que também lidera o partido independentista SNP, mencionou por várias vezes a possibilidade de organizar um novo referendo sobre a independência da Escócia.