Os Estados Unidos estão a preparar um ataque cibernético à Coreia do Norte, afirmam ao The Telegraph fontes nos serviços secretos norte-americanos.
Segundo o mesmo jornal inglês, o suposto ataque informático pode debilitar gravemente as comunicações online e o exército do regime norte-coreano, isto sem pôr nenhuma vida em risco. Outra mais valia deste tipo de ofensiva é o facto de atenuar as hipóteses de um contra-ataque massivo por parte de Pyongyang.
Segundo a revista Foreign Policy, que cita responsáveis pelas secretas dos EUA, ultimamente “tem havido uma quantidade sem precedentes de interferências cibernéticas” na península coreana.
Nos últimos seis meses, os EUA têm vindo a preparar secretamente vários ataques que serão canalizados via Coreia do Sul e Japão, países onde os norte-americanos têm várias bases militares. Essas tais preparações envolvem coisas como a instalação de cabos de fibra e a criação de “postos de escuta”, centros nevrálgicos de onde os hackers devem tentar aceder a internet norte-coreana (que está barrada no resto do mundo).
Outra fonte oficial revelou à mesma revista que grande parte das divisões de ciber-guerra norte-americanas têm-se focado na Coreia do Norte, explorando áreas como a intercepção de comunicações secretas, recolha de imagens aéreas e informações geoespaciais.
Analistas especializados em outras áreas, como a monitorização geo-política em África ou o combate ao tráfico de droga, também estão a ser canalizados para o novo Korean Mission Center, na sede da CIA, em Langley, no estado da Virginia.
A juntar a tudo isto há o facto de vários analistas que estavam nas reservas do exército norte-americano terem também sido convocados para a mesma unidade especial. Especialistas na língua coreana também já foram convocados.
Supostamente estará previsto um “tiro de aviso” por parte dos Estados Unidos que pretende travar os constantes ataques que o regime de Kim Jong-Un tem feito ao mercado de criptomoeda — acredita-se que recentemente, hackers norte-coreanos terão conseguido desviar cerca de 58 biliões de Yens (aproximadamente 4 mil milhões de euros) de uma bolsa japonesa de criptomoedas, a Coincheck.
É precisamente através das criptomoedas que Pyongyang tem tentado angariar fundos para alimentar o seu programa militar e nuclear, dado que estão totalmente isolados do sistema banqueiro global.
Informações mais recentes dão conta da existência de 6000 unidades de hackers norte-coreanos e, supostamente, terão sido estes mesmos a encabeçar vários ataques a instituições bancárias, empresas, infraestruturas e orgãos de comunicação social sul-coreanos.
Estas novidades chegam numa altura em que a agência central de comunicações norte-coreanas anunciou que o regime está pronto “tanto para o diálogo como para a guerra”. No mesmo comunicado os EUA são acusados de menosprezar o recente melhorar de relações entre ambas as Coreias.
“A República Popular da Coreia do Norte [RPCN] não cede a comentários disparatados e está totalmente preparada tanto para o diálogo como para a guerra. Todo o mundo sabe disto menos os EUA”, lê-se no comunicado. “O exército e o povo da RPCN estão muito fortes e vão castigar os norte-americanos com resolução e sem misericórdia.”
Estes comentários surgiram um dia depois de Rex Tillerson, o Secretário de Estado dos EUA, ter dito que estava “atento” a sinais de uma possível reaproximação com a Coreia do Norte. “O meu trabalho enquanto chefe da diplomacia norte-americana obriga-me a deixar os norte-coreanos cientes de que os nossos canais de comunicação estão sempre abertos”, disse o responsável à CBS. “Estou a ouvir. Não respondi nada de concreto ainda porque não há nada a dizer, por agora.”