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José Manuel Fernandes. O ano que todos gostariam de congelar
Não reforma. Não discute. Não levanta ondas. Não mexe. Não toca. É assim que está a generalidade dos líderes europeus. Nada fazer, nada agitar, nada procurar mudar até que, lá mais para o fim do ano, termine o ciclo eleitoral de 2017. Haverá eleições em França, na Alemanha e na Holanda, porventura em Itália. Em todas elas se corre o risco de os partidos populistas terem ganhos significativos. Não se acredita que possam ganhar e governar, mas em todo o lado já condicionam a governação.
Nuns casos, obrigando os partidos tradicionais a mudar o seu discurso. Noutros, levando-os mesmo a mudar as suas políticas. Em todos eles provocando a paralisia. Crises bancárias? Abafa-se. Derrapagens orçamentais? Ignora-se. Uma política conjunta de imigração? Nem falar. Alterar a política do BCE, que se está a revelar inútil, mesmo contraproducente? Impensável. Brexit? O melhor é falar grosso e continuar sem ter a menor ideia de como negociar.
Os líderes europeus estão com medo dos eleitores e por isso nada farão que possa levantar o lodo que repousa no fundo do pântano. Idealmente, fariam do filme de 2017 um daqueles em que a imagem é congelada temporariamente, para depois se voltar ao fio da história. Pode é, entretanto, a história ser sacudida por uma bomba, ou por um Putin, ou por um Trump, ou até por um dos bancos zombies que ainda por aí andam. Fora isso, teríamos agora um aviso em todas as paredes: “Pedimos desculpa por esta interrupção, o filme segue dentro de alguns meses”. Os que nos separam das eleições alemãs.
Publisher do Observador
Helena Matos. Uma pequena e irritante questão
Podia apontar como facto decisivo de 2017 a data em que a fábrica de dinheiro de Mário Draghi encerrar ou pior quando nos mandar a fatura pelos relevantes serviços prestados.
Podia especular com o futuro da solução governativa que em Portugal permitiu criar a ilusão de paz social e desafogo económico nomeadamente sobre aquele momento em que, uma vez terminados os ilusionismos contabilísticos, o Governo se vai virar para a sua direita e pedir acordos em nome do interesse nacional. Podem ter a certeza que os arrebatamentos patrióticos da Cruzada Nun’Alvares nos anos 20 do século passado serão tímidos face ao que então se vai ver e ouvir por esses estúdios fora. Não apoiar António Costa estará então ao nível da traição à Pátria que será maiusculada como convém.
Claro que também poderia fazer o exercício sobre o que será o futuro da Espanha entalada entre a ameaça independentista da Catalunha e o novo bipartidarismo que infelizmente já não opõe PP e PSOE, mas sim PP e uma amálgama de radicais que se alimentam do ódio e das ruínas do PSOE. E há sempre Angola e esse delicado momento da transição do poder que a lei da vida muito mais lenta, mas também muito mais inflexível que a dos códigos, obrigará José Eduardo dos Santos a fazer. Como vai Angola enfrentar aquele que é o momento mais delicado de todos os autoritarismos e ditaduras: a sucessão? No campo das incógnitas há também muito para temer e escrever sobre o futuro da Venezuela, país onde vivem 500 mil portugueses e que pode colocar Portugal, sobretudo a região da Madeira, perante uma vaga de refugiados de dimensões imprevistas. E presumo que também de reações inesperadas dos habituais defensores dos acolhimentos sem barreiras.
Também temos as eleições em França, o Brexit, Putin, Trump e claro a Turquia, essa ditadura que se reforça dia a dia, aqui às portas da Europa, e sobre a qual cai um manto de silêncio, não vá Erdogan irritar-se e por em andamento rumo a Berlim mais uns milhares de refugiados. (Há alguns anos, poucos mas que parecem ter sido noutra vida, Erdogan limitava-se a encher umas traineiras de ativistas, medicamentos fora de prazo e alimentos que já tinham visto melhores dias. A esses ajuntamentos marítimos que rumavam a Gaza davam os jornalistas-ativistas o nome de Flotilha da Liberdade. Quem sabe os antigos protagonistas dessas performances marítimas podiam agora virar os barquinhos em sentido contrário e ir protestar para a Turquia. A receção de Erdogan certamente que lhes garantiria páginas em vários jornais durante alguns dias no ano que aí vem). Podia até teorizar sobre os destinos desta Europa que acreditou ter alcançado a paz quando delegou nos EUA o seu esforço de defesa. Para depois criticar o intervencionismo norte-americano e em seguida criticar o não intervencionismo dos EUA. Agora, a defesa da Europa, tal como na Roma da decadência, passa por pagar para que não entrem nas suas fronteiras. E, como não, também podia escrever sobre esse estranho destino que leva a que o ambiente de fim de qualquer coisa que agora se vive em Portugal nos conduza, tal como conduziu no passado, a um quarto da Cruz Vermelha.
Sim, é verdade, o mundo não está fácil logo não faltam assuntos. Mas talvez por isso mesmo a mim só me oferece escrever sobre onde nos levará o entretenimento como linha de atuação presidencial.
Dirão que é uma questão mesquinha esta a que me ocupa face à grandeza dos problemas do mundo. Certamente. Mas embrenhados como andamos nessa grandeza, nem sempre damos o devido valor ao peso que as questões mesquinhas, como o é a futilidade, têm no curso dos acontecimentos, sobretudo dos mais trágicos. Infelizmente para nós estamos a ser protagonistas dessa experiência e em 2017 Portugal pode perceber à sua custa como a futilidade de Belém se pode tornar num assunto muito sério. Temo até que demasiado sério.
Jornalista
Miguel Pinheiro. Trump vai sofrer um impeachment
Não é preciso muito para um Presidente americano sofrer um processo de impeachment. Claro, Richard Nixon era acusado de ter cometido crimes gravíssimos relacionados com o assalto à sede do Partido Democrata em Watergate (e demitiu-se para não ser destituído) — mas Bill Clinton (que seria absolvido no Senado), por exemplo, era simplesmente acusado de perjúrio e de obstrução à justiça relacionados com um caso extraconjugal. Quer dizer: os processos de impeachment são, largamente, políticos — são a forma de o sistema se livrar, legalmente, de um Presidente que foi eleito pelo voto mas se tornou infrequentável ou incontrolável. Durante o próximo ano, Trump vai isolar-se cada vez mais. A perigosa aproximação à Rússia, a desorientação na política externa, a vertigem nuclear, a humilhação dos serviços de informação e a flagrante falta de um propósito claro vão desesperar o Partido Republicano e, acima de tudo, vão esgotar o eleitorado. Depois de alguns meses de psicodrama, só restará uma saída constitucional para a crise: Trump será o quarto Presidente americano a ser acusado com os artigos do impeachment — e será o primeiro a ser removido do cargo.
Diretor executivo do Observador
Luís Aguiar-Conraria. Governo não passa de 2017
Quando o governo anterior começou, a grande maioria dos comentadores não acreditava que a coligação entre Portas e Passos Coelho resistisse a 4 anos de governação. Nunca uma coligação de governo tinha durado uma legislatura completa em Portugal. Hoje sabemos duas coisas. Enganaram-se na previsão, mas tinham razão nos argumentos. Ao fim de dois anos de coligação, as dificuldades da governação levaram a uma crise na coligação que levou à irrevogável demissão de Paulo Portas. Foi um golpe surpreendente de Passos Coelho que segurou o governo.
A minha previsão para este ano é a mesma. A atual coligação de governo não passará de 2017. Esse será o acontecimento mais relevante da política nacional do ano que vem. E espero que António Costa, tal como Passos Coelho, nos surpreenda e que a minha previsão falhe.
Professor na Universidade do Minho
Helena Garrido. A subida dos juros e da inflação
Taxas de juro a subir, inflação a aumentar, as máquinas de imprimir dinheiro dos bancos centrais a trabalharem mais devagar e a entrada em cena de políticas orçamentais mais expansionistas nos Estados Unidos. O grande acontecimento de 2017 está instalado já na tendência destes meses finais de 2016 com o fim da era dos juros baixos, que colocará a Portugal o enorme desafio de financiar a sua dívida pública e privada. As economias vão regressar aos bons velhos tempos de crescimento? Depende. O protecionismo posiciona-se como a pior e o mais grave facto provável de 2017. O que trará menos prosperidade.
Jornalista
Maria João Avillez. De certo apenas o incerto
A incerteza produzida pelo ar deste tempo tão sombriamente “novo”, torna-me incapaz de antecipar ou “ler” qual o grande acontecimento de 2017. (Um “grande acontecimento” é hoje normalmente um “terrível” acontecimento). Podia evocar a “habitualidade” ao terrorismo como actividade quotidiana, falar das temíveis chaves que Trump tem hoje na mão; de Putin, da China ou do Médio Oriente; dos refugiados que todos dizem querer e talvez não queiram; lamentar a pobre Europa e as suas eleições perigosas num sistema partidário que já não é o mesmo e ainda não é nenhum outro mas… isso está na agenda. O “grande acontecimento” será lidar com o que não está, com o que pode desaguar da simultaneidade descontrolada de tantos conflitos. Com o saber que de certo, apenas o incerto.
A ordem que regia o mundo acabou. Um dia virá outra. Mas quem a reconstituirá e com que novos códigos? Quem recentrará – e abrigará – esse incontável número de pessoas que em todas as latitudes e longitudes subitamente não “se” sentem nem representadas nem amadas? A ponte para chegarmos a essa “outra coisa” só tem, de momento, um alicerce: a incerteza. O grande acontecimento talvez seja afinal a irreversibilidade da incerteza.
Jornalista
André Azevedo Alves. O referendo a Merkel
Depois do Brexit que liquidou Cameron, da combustão política de Hollande e da esmagadora derrota no referendo que afastou Renzi do poder, as eleições alemãs de 2017 colocarão à prova a última resistente do establishment europeu vigente: Angela Merkel.
Pressionada internamente pela AfD e pelos “parceiros” da CSU, Merkel tem um registo económico positivo para apresentar, mas enfrenta ceticismo crescente relativamente à política de entrada em larga escala de refugiados e imigrantes muçulmanos. No referendo a Merkel que marcará 2017 decide-se também o rumo da integração europeia. E quem diria, há dois ou três anos, que a última esperança da esquerda do Sul da Europa seria, em 2017, a outrora odiada chanceler Merkel?
Professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa
José Milhazes. Não esquecer fevereiro de 2017
2017 irá ficar marcado pelas celebrações do centenário da revolução comunista na Rússia, acontecimento que deu origem a um dos mais repressivos e sangrentos regimes do século XX. Num mundo cheio de incertezas, trata-se de uma oportunidade importante para pôr fim a muitos dos mitos criados em torno desse acontecimento.
Por descuido ou ignorância, deverá passar despercebido o centenário da Revolução de Fevereiro na Rússia, a primeira experiência democrática no país.
Jornalista
Paulo Trigo Pereira. Meu querido mês de outubro
Escolho um mês: outubro. Porventura o mês mais quente da política nacional associado a dois acontecimentos. As eleições autárquicas, acontecem a meio da legislatura. Duvido que até lá haja, para além das naturais movimentações de bastidores, algum sério questionamento da liderança de Passos Coelho no PSD. Mas esse será o momento em que se deverá fazer o balanço. E aí, só uma clara vitória autárquica ou um sério desaire governamental permitiria segurar o seu líder.
Caso contrário, haverá novo líder e novo ciclo político à direita. Outubro é também o mês do Orçamento do Estado, de longe o mais difícil para as esquerdas. Não apenas pelas divergências programáticas que se tornarão mais visíveis em 2017, mas porque está previsto o descongelamento gradual das carreiras e remunerações na função pública a partir de 2018.
Deputado independente eleito nas listas do PS
Manuel Villaverde Cabral. 2017: o pandemónio generalizado!
Há probabilidades que 2017 seja um pandemónio generalizado à escala internacional. Há exatamente um ano era previsível que 2016 iria ser o da luta de todos contra todos. Assim foi, infelizmente; se possível, pior. Para começar, o “Brexit” constituiu lamentavelmente o primeiro tiro no “porta-aviões” da Europa, até agora a maior a conquista da cooperação democrática internacional.
A minha aposta é que a UE sobreviverá e mal dos que dela escarnecem, como a pretensiosa casquinha de noz nacional. Depois, foi a eleição de Trump, que aprofundou o “isolacionismo” de Obama e terá efeitos devastadores à escala internacional, a pontos de não sabermos quem poderá evitar o agravamento da guerra de todos contra todos. Finalmente, crescem sem parar os atentados contra qualquer arremedo de convivialidade, como aquele de que desfrutáramos até ao 11 de Setembro. Exige-se urbi et orbi a máxima clarividência mas poucos vislumbres há disso. Se não, será a forma mais perversa de comemorar a tal “revolução de 1917″…
Investigador emérito do Instituto de Ciências Socias da Universidade de Lisboa
João Carlos Espada. Recordando Thatcher e Reagan em 2017
O mapa político do mundo livre será em 2017 marcado por três eleições no continente europeu: Holanda, França e Alemanha.
Trata-se de saber como é que os partidos centrais conseguirão resistir à vaga populista em curso. Mas também até que ponto insistirão em ignorar temas centrais para os eleitores — como o controlo parlamentar da imigração, ou a autonomia dos modos de vida autóctones face à intromissão politicamente correta das burocracias estatais.
Disso vai depender a possibilidade de gerar ao centro uma política liberal anti-populista, mas com forte apelo popular. Foi possível em 1980, com Margaret Thatcher e Ronald Reagan. Seria útil revistar essa experiência em 2017.
Diretor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa
Paulo de Almeida Sande. O ano decisivo para evitar a decadência da Europa
2017 será o ano da batalha decisiva na guerra impiedosa entre a democracia liberal e os nacionalismos identitários protecionistas e xenófobos: batalha com muitas frentes, passa pela Holanda, talvez por Itália, com especial importância em França e, a terminar e decisivamente, pela Alemanha de Merkel, último bastião da liberdade, da integração europeia e do modelo de tolerância, desenvolvimento baseado em princípios do Ocidente iluminista. O ano decisivo para evitar a inevitável decadência da Europa.
Professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica
João Marques de Almeida. As eleições alemãs
As eleições alemãs serão o momento político do próximo ano. Uma eleição no país mais influente e mais poderoso da Europa é sempre marcante. Sobretudo, num momento em que o sistema eleitoral alemão está em transformação. O partido nacionalista de extrema direita, AfD, alterou a relação de forças na direita alemã. À esquerda, o SPD deixou de ser a força política dominante, e os Verdes e até o De Linke aproximaram-se dos sociais democratas alemães. Estas transformações tornam muito difícil uma coligação entre a CDU/CSU e os Liberais. E o SPD não pode ser pela terceira vez o parceiro menor de Merkel. Será uma questão de sobrevivência política. Poderemos ter assim no final do ano uma coligação de esquerda a três na Alemanha. Seria uma revolução política maior, para a Europa, do que a eleição de Trump nos Estados Unidos.
Colunista do Observador
Alexandre Homem Cristo. Diga olá a uma nova crise económica
Lançar previsões ascendeu a atividade de alto risco. Mas tapar os olhos aos sinais do presente é ainda mais arriscado. O que aí vem? Primeiro: eleições em França, Holanda, Alemanha e (talvez) Itália, onde crescem os partidos populistas que, mesmo não obtendo vitórias, enfraquecerão a defesa do projeto europeu. Segundo: um abrandamento da economia chinesa que, após anos e anos a crescer, arrastará consigo a economia mundial. Terceiro: a subida do dólar cujo impacto será sentido na Europa e nas economias emergentes, nomeadamente na Turquia, atual tampão da entrada de centenas de milhar de refugiados no continente europeu. Um, dois, três. A soma traduzir-se-á em mais instabilidade política e no fim do dinheiro barato. E esse fim será o começo de uma nova crise económica.
Colunista do Observador
José Conde Rodrigues. O fim da Arábia Saudita e dos petrodólares
A estagnação do preço do petróleo e do gás, o esgotamento das reservas nas areias do deserto, o aumento da despesa pública sumptuária, prenunciam, para 2017, o declínio da Arábia Saudita como a conhecemos.
A emissão de dívida pública, bem como a entrada em bolsa da principal companhia petrolífera do país, Aramco, evidenciam a mudança que antecipamos.
A nova posição do grande reino de Meca e Medina será acompanhada pelo resfriamento da ligação ao Ocidente, pelo fortalecimento dos seus laços com Moscovo, pela retirada americana do Médio Oriente e pelo regresso do Império Persa (Irão).
Com o declínio da casa de Saud, assistiremos ao fim da era dos petrodólares como instrumento de reciclagem e sustentação da dívida ocidental.
Professor universitário
Filomena Martins. Um novo ministro da Economia
Vamos ter um novo ministro da Economia. E esta é mais que uma previsão, é uma lei da Física. Não há espaços vazios, por isso o da pasta mais importante para o Governo em 2017 tem de ser preenchido.
Nada há, diga-se, nada a apontar a Manuel Caldeira Cabral. E esse é que é o problema.
Numa sondagem caseira na paragem de Natal, não havia quem soubesse o seu nome. Os entrevistados recordaram o episódio do ‘chamem-me Álvaro’, a propósito de Álvaro Santos Pereira; Manuel Pinho veio também naturalmente à baila (não, não foi por causa do episódio dos ‘corninhos’): a foto a banhos com Phelps no Allgarve ainda marca tempos pré-febre do Instagram, e o batismo recebido de Hugo Chavez à incansável dupla ‘Piño e Liño’ também parece ter ficado na memória; falaram também das viagens da diplomacia económica de Portas, o upgrade do ‘Paulinho das Feiras’; e alguém lembrou-se até de Pires de Lima (parece que o conhece, mas não importa).
Do atual ministro da Economia, nada. Nem uma gafe, nem uma vaca voadora, nem uma viagem paga pela Galp para ir ver o Europeu, nada. E então, que importa isso, podiam perguntar? Pois não interessaria nada se a economia estivesse a crescer a um ritmo alucinante e as previsões para 2017 fossem no mínimo tranquilas. Mas não. Mais uma vez nada.
Até o otimista militante António Costa parece de pé atrás e usa um adjetivo que na sua boca nos devia preocupar a todos: ‘poucochinho’. Foi assim que o primeiro-ministro qualificou o crescimento anémico da economia nacional. Ele que vai por pés a caminho, num périplo pela Índia, Arábia e Emirados, para atrair investidores; e que tanto cedeu na concertação social (a mafaldada TSU), para ganhar a confiança de patrões e empresários.
Marcelo insistiu na necessidade de crescimento económico na mensagem de Ano Novo. Os relatórios de Bruxelas, do FMI, da UTAO, do Conselho de Finanças Públicas, da oposição, dos parceiros e de toda a gente e mais alguma insistem nos problemas da nossa economia. A pressão é muita. A necessidade é ainda maior. O ministro aguenta? Ai não aguenta, não aguenta.
Resta saber quem o substitui. Há um nome óbvio, o do secretário de Estado que funciona como ministro, Pedro Nuno Santos. Mas, em ano autárquico, em que o PCP não quer continuar a ver diminuir a sua mancha vermelha e o Bloco não quer ser confrontado com o vazio, será que Costa pode perder o homem que sabe lidar com o conservadorismo de Jerónimo e o protagonismo de Catarina? Será que o quer continuar a preparar para um dia lhe passar a pasta socialista?
Mas vamos ter um novo ministro da Economia em 2017. Só resta saber quando e quem.
diretora adjunta