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JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

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Entrevista ao ex-segurança Marlon Queiroz. "Os seguranças da noite também têm medo"

Marlon Queiroz, autor do livro "Máfias da Noite", já não é segurança e lembra esse tempo. "Resolvemos coisas mais rápido que polícias. É só deixar alguém pendurado ao contrário na Serra de Sintra..."

Tinha oito anos quando estava a jogar futebol e viu um carro aproximar-se e do interior ser apontada uma arma em direção ao amigo. Marlon Queiroz só teve tempo de desviar-se e ver o percurso da bala, que abriu o peito ao rapaz, matando-o. “Quando contei à minha mãe ela respondeu com uma grande naturalidade”, recorda o ex-segurança da noite. Nascido e criado na zona mais perigosa do Rio de Janeiro, em Baixada Fluminense, Marlon cedo se habituou a encontrar cadáveres abandonados no caminho para a escola. Foi, aliás, esta a preparação que teve para a “guerra”, como agora chama ao serviço de segurança nas discotecas que fez durante quase uma década em Portugal. Aos 38 anos, diz que mudou de vida e dificilmente volta ao mundo que o levou várias vezes à barra do tribunal para ser julgado.

Marlon nunca trabalhou para o Grupo K, mas conhece bem os meandros da noite. É praticante de jiu jitsu, pai de dois filhos de 20 e dez anos. O mais velho estuda Engenharia em Inglaterra e o mais novo “é o artista da família”. Quando começou a sentir-se angustiado com o trabalho na noite, conta que começou a tratar da sua saída. Mas o processo não foi fácil. Chegou ao ponto de ter medo de levar os filhos no próprio carro e de alertar o mais novo para o caso de haver um tiroteio. “Se abaixa bem junto ao chão do carro e liga o 112”, instruiu o pai, na frase que mais o envergonha ao recordar.

No final do processo, decidiu escrever um livro com algumas das histórias que viveu. Em “Máfias da Noite”, publicado há cinco anos, Marlon põe a personagem Marcelo a protagonizar os episódios violentos que ele próprio viveu e que agora — depois do episódio de violência à porta do Urban — recorda ao Observador. Nestes cinco anos, esteve com a família em Inglaterra e no Dubai. Todos pensavam que tinha fugido, mas Marlon nega. Regressou a Portugal há um ano e prepara-se para escrever outro livro.

Diz que Portugal é a Disneylândia para os criminosos brasileiros, mesmo sendo o Marlon de nacionalidade brasileira.
Sim, há muita ‘bandidagem’ a vir para cá, porque sabe que aqui a polícia não é como no Brasil. Eu tive um tio que foi assassinado lá e nem o corpo procuraram. Aqui a realidade é muito diferente. Decidi vir quando tinha 19 anos porque a avó da minha namorada [agora mulher] já cá vivia há 20 anos. Nos primeiros tempos matámo-nos a trabalhar para conseguirmos trazer o nosso filho que tinha um ano. Durante o dia trabalhava como ajudante de pintor numa oficina. E à noite num restaurante. A minha mulher num salão de cabeleireiro e à noite no mesmo restaurante. Vim para Cascais porque era uma zona com muitos restaurantes e com trabalho.

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JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Como começou a fazer trabalhos de segurança em discotecas?
Eu praticava jiu jitsu num ginásio onde trabalhavam muitos seguranças da noite. Quase todos os seguranças da noite praticam desportos de combate e acho um absurdo não terem esta formação. Na minha casa todos praticamos, é como um seguro, mas para o corpo. A primeira noite que fiz segurança foi à porta de um bar em Cascais, mas era uma festa privada, mais para confirmar se tinha convite. Foi super tranquilo. Até se criou uma ideia de que era tranquilo trabalhar na noite, mas não é tranquilo. As histórias que tenho no livro, vivenciadas pela personagem Marcelo Dias, são uma réplica de casos que já acontecem há mais de 20 anos. Depois deixei o restaurante e fui trabalhar para um bar, mas como não tinha curso a casa acabou multada. Fui tirar o curso e regularizar tudo. O curso não serve para nada! Tinha também uma empresa de aplicação de película de proteção solar e decorações de vitrine. Antes me tivesse dedicado só a isso…

Existe mesmo uma “Máfia da noite”, como o nome que deu ao seu livro?
Na verdade Portugal nunca teve máfia, nem nunca vai ter. É demasiado desorganizado para isso. No entanto há uma relação entre os seguranças, que se ajudam. E o Ministério Público chama a isso “associação criminosa”. O nome do livro é o nome de uma grande operação que foi desmantelada [trata-se do grupo de seguranças desmantelado na Margem Sul e liderado por um brasileiro que praticava jiu jitsu]. Nessa operação todo o mundo foi incomodado, por causa da empresa de segurança investigada. Eu próprio fui ouvido, mas não fui constituído arguido nem testemunha. Como praticava jiu jitsu falaram comigo. Quando se deu esta operação, já tinha decidido abandonar o trabalho na noite. Já tinha muitos processos, havia ameaças, o meu filho mais velho começava a fazer-me perguntas e a minha esposa estava a ficar muito perturbada com tudo o que estava a acontecer comigo e com os nossos amigos.

Diz no livro que os segurança da noite estão normalmente ligados a grupos criminosos que se dedicam aos crimes de extorsão, tráfico de droga, a “espancamentos, coações”…
Sim é verdade… Sempre foi assim. Mas também não se pode olhar para alguém e achar que só porque se veste de negro e é segurança, é um bandido.

"As pessoas vêm ter connosco porque resolvemos mais depressa as coisas que a polícia. E nós como sabemos que conseguimos resolver as coisas facilmente, não recusamos. Basta deixar, por exemplo, alguém pendurado ao contrário na Serra de Sintra e o problema resolve-se..."

Também revela que muitas vezes vão ter convosco para pedir alguns serviços. Um dos casos que a sua personagem vive no livro é o de um médico que lhe pede ajuda porque a filha de 15 anos está envolvida com um traficante de droga. O rapaz acaba com os tímpanos furados.
Esse caso é de um médico muito conhecido, que aparece muitas vezes na televisão… As pessoas vêm ter connosco porque resolvemos mais depressa as coisas que a polícia. O que podia fazer a polícia num caso como este? Então, frequentadores da discoteca, funcionários, vêm ter connosco e pedem-nos para resolver problemas de dívidas, de divórcios, de partilhas… E nós como sabemos que conseguimos resolver as coisas facilmente, não recusamos. Basta deixar, por exemplo, alguém pendurado ao contrário na Serra de Sintra e o problema resolve-se…

A certa altura, como relata também no livro, começou a considerar todos o episódios de violência como normais…
Sim. Porque se você depender da chegada da polícia para resolver um desacato à porta da discoteca… Lembro-me que uma vez, no Montijo, salvamos uma rapariga de uma violação. Era uma rapariga muito bonita que tinha chegado à discoteca com um grupo, mas que tinha saído sozinha. Não me pareceu alcoolizada. Disse-nos “boa noite e bom trabalho” e seguiu. Estava parada metros à frente à espera que alguém a fosse buscar. Ou o pai, ou um táxi… Até que parou um jipe à frente dela. Lá dentro estavam três rapazes que abriram o vidro e começaram a falar com ela. Percebeu-se que ela começou a responder de forma irritada, até que eles saem do carro, dão-lhe uma chapada e enfiam-na dentro do carro. Fomos atrás, conseguimos que eles a atirassem fora do carro, mas ela pediu-nos para os apanharmos. Pegámos no carro, fomos atrás deles e, numa rua de sentido único, eles acabaram a despistar-se contra um café. Quando a polícia chegou, vi o pânico na cara deles. Viu três seguranças e os outros três suspeitos. Mandou-nos embora. Tratou o caso como um acidente…

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

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Enquanto segurança enfrentou alguns processos em tribunal. Um dos casos relatados no livro conta como foi cercado por um grupo com quem se envolveu em agressões. E que abriu fogo com uma shotgun. Foi condenado a dois anos com pena suspensa. E nos outros?
Não queria falar sobre quantos processos tive. Não é relevante as quantidades de vezes que fui julgado. Já não tenho processos pendentes e, no último, nem sequer estava em Portugal quando foi o julgamento. Mas além desse caso, tive muitos problemas por ajudar os outros. Num deles, defendi uma apanha copos da discoteca, uma miúda de que gostava muito, que era estudante de Direito, mas que tinha uma dívida de droga (LSD). Tentei ajudá-la e acabei em tribunal. Quando lá cheguei nem queria acreditar: a mãe da rapariga que ajudei era a advogada do rapaz que me acusava… Agora passo no tribunal e desvio sempre o olhar. É preciso ser muito bandido para ficar indiferente a um julgamento.

"Despedi-me da minha mulher e dos meus filhos e vim à sentença. Nesse dia a juíza disse-me que tinha lido o meu livro. Perguntou-se se sabia o que tinha feito. Eu disse que era tudo verdade. Que tinha sido um bocado Robin dos Bosques, mas que tinha errado. Tinha ajudado um amigo meu, que tem mais de 60 anos, e que foi burlado na compra de um terreno no Algarve. Descobri onde trabalhava o homem que o enganou, ele vivia aqui em Cascais, e um dia fui lá e resolvi o problema..."

E nesse último julgamento, o que aconteceu?
Eu estava já a viver em Inglaterra quando foi marcada a sentença. E percebi que nesse caso, devia mesmo ser condenado. Então entrei no dilema se devia vir e ser preso ou se devia andar fugido o resto da vida. Percebi que essa não era a solução, até porque os meus filhos e a minha mulher são portugueses [o filho mais velho e a mulher naturalizaram-se] e não podia ficar impedido de vir cá. Então falei com o meu advogado e esperei ser condenado a três anos. Despedi-me da minha mulher e dos meus filhos e vim à sentença. Nesse dia a juíza disse-me que tinha lido o meu livro. Perguntou-me se sabia o que tinha feito. Eu disse que era tudo verdade. Que tinha sido um bocado Robin dos Bosques, mas que tinha errado. Tinha ajudado um amigo meu, que tem mais de 60 anos, e que foi burlado na compra de um terreno no Algarve. Descobri onde trabalhava o homem que o enganou, ele vivia aqui em Cascais, e um dia fui lá e resolvi o problema… Disse à juíza que já não estava nessa vida. Que entretanto tinha tido outro filho, que tinha tirado um curso de guionismo de cinema, tinha concluído o 12º ano, que não voltaria a ser segurança… Acabei absolvido.

Lembra-se do último serviço que prestou como segurança?
Lembro-me… (Faz uma pausa e emociona-se). Estava sem dinheiro, porque a minha empresa faliu e acabei por aceitar o trabalho de um amigo — que deixou de ser segurança e passou a organizar eventos. Montei uma equipa e fui trabalhar. Era um evento para forcados num monte alentejano. Um grande amigo meu, que era também segurança, foi visitar-me nesse local. Correu tudo bem, foi super tranquilo. Eram cerca de 5h00 quando já estava praticamente toda a gente fora do espaço. Fomos à casa de banho ver se havia alguém caído, o que às vezes acontece por causa do álcool e das drogas… Já estava a tirar os auscultadores quando a mulher desse meu amigo vem pedir-me ajuda a dizer que o vão matar. Quando cheguei lá fora estavam 20 pessoas à volta dele a bater-lhe. Era para o matar. Lembro me que, a certa altura, e quando percebi que ninguém me ia ouvir, baixei-me e pus-me em cima dele a proteger-lhe a cabeça. Era um grupo de vários forcados que em várias ocasiões tinham sido barrados por ele à entrada de discotecas e que naquele dia o viram e, já bêbedos, retaliaram. As imagens do Urban não são nada em relação aquela selvajaria. A GNR acabou por chegar e o segurança demorou algum tempo a recuperar. Um dos autores das agressões seria assassinado em Alcácer anos depois.

"Era um grupo de vários forcados que em várias ocasiões tinham sido barrados por ele à entrada de discotecas e que naquele dia o viram e, já bêbedos, retaliaram. As imagens do Urban não são nada em relação aquela selvajaria. Um dos autores das agressões seria assassinado em Alcácer anos depois."

Quanto tempo demorou até conseguir sair mesmo do serviço de segurança da noite?
Três anos. A noite é boa porque um miúdo acaba por sentir-se muito importante quando começa a relacionar-se com pessoas conhecidas. Imagine como é para um miúdo ir dormir a uma casa cheia de artistas. Isso dá-lhe um grau de importância… A segurança dá poder. Mas depois quando se começa a ver os filhos crescer… Lembro-me que numa dessas noites finais, em que já saía de casa angustiado, a minha mulher entrou em trabalho de parto [do segundo filho] e eu estava a caminho de uma discoteca a 100 quilómetros de Lisboa. Voltei para trás para assistir ao parto e soube depois que, nessa noite, tinha havido uma guerra entre seguranças dessa discoteca com outra. Na altura eu e a minha família já andávamos a ser ameaçados. Não podia andar armado, porque tinha processos pendentes e seria mais outro… A sorte foi que era bem relacionado na noite e tinha um grupo de amigos seguranças sempre atento. Nós não somos só colegas, tornamo-nos amigos. E aí sim, pode dizer-se que há uma máfia da noite, porque mesmo estes anos depois, se precisar, faço um telefonema e daqui a pouco tenho aqui 20 homens.

A capa do livro de Marlon, editado pela Planeta

No seu livro relata episódios de violência de forma muito crua. Revela até alguns pensamentos muito diferentes do Marlon que se mostra agora. Por exemplo: “O primeiro filho da puta que fosse convidado a sair do bar e se virasse contra mim ia levar um pontapé na cabeça para ficar três dias a dormir”.
Tenho um background de violência. Nasci numa das zonas mais perigosas do mundo. Mas, na verdade, nunca fui violento. Tive que ser. Quando se chega a esse ponto de raciocínio, já lhe cuspiram na cara, mandaram bebida para cima, chamaram-lhe brasileiro de merda… As pessoas com os copos e com o álcool passam-se. E isto não quer dizer que perdoe a violência. Mas a formação de segurança tem que ser melhor. Ninguém nos prepara para o ambiente hostil que vamos enfrentar. Para trabalhar num infantário, para cuidar de 22 crianças que não se drogam, não bebem, não têm problemas de identidade, tem que se estudar três anos, para estar numa discoteca com 2 mil pessoas adultas, bêbedas, drogadas, frustradas, tenho que fazer um curso de umas horas. É muito básico para o que se vai encontrar… Estes episódios iriam acontecer na mesma, porque mesmo pessoas de bem que trabalham e pagam as suas contas, se são portistas, quando vêm para Lisboa e encontram um benfiquista, há guerra. Pisar na cabeça das pessoas não é uma atitude de um segurança, é uma atitude do ser humano. A violência é nossa. Trabalhar num local em que esse instinto violento está constantemente a vir à tona, torna-se mais propício à violência. É por isso que muitos seguranças migram da noite para o dia. Para fazer segurança num shopping, por exemplo.

"Não fugi de nada, sempre respeitei o meu código de ética, nunca fiz nada de errado, simplesmente quis contar a minha historia que é a historia de todos eles".

Quais são os critérios para barrar alguém na entrada de uma discoteca?
Nunca fui porteiro, nem poderia ser. Só em casas pequenas. Sou muito bonzinho para ser porteiro. Prefiro ser segurança porque é uma questão de justiça, alguém fez mal e tem que sair fora. Mas depende muito do perfil da discoteca, se querem uma casa que fature muito e entram todos ou se querem ter uma casa mais sofisticada, como era a Kapital. Mas é absurdo insistir para entrar numa discoteca. Isso na cabeça de um miúdo de 20 anos à porta de uma discoteca dá-lhe muito poder. Dá poder ser segurança numa grande capital. Não que nas regiões menores seja mais fácil. Já trabalhei em cidades mais pequenas e onde passei os maiores números da minha vida. No Alentejo, por exemplo, todos têm uma caçadeira em casa e as pessoas quando se passam vão para a porta disparar um tiro. Mas em Lisboa temos mais bairros problemáticos.

O livro funcionou como uma catarse? Uma mudança de página?
O livro foi publicado em 2012 e saí do País logo depois. Vendi algumas coisas e tinha dinheiro para nos sustentar algum tempo. Estive dois anos em Inglaterra e outros dois no Dubai. Muitos pensaram que eu tinha fugido, mas não foi nada disso. Não fugi de nada, sempre respeitei o meu código de ética, nunca fiz nada de errado, simplesmente quis contar a minha história que é a historia de todos eles. Sei que alguns seguranças acharam desnecessário eu ter escrito, mas nenhum veio ter comigo dizer que não o devia ter feito. Depois do livro, recebi uma chuva de mensagens de esposas, mães que compraram o livro para oferecer para os maridos e os filhos saírem da noite, mesmo de seguranças que estavam a deixar a noite, alguns que enfrentavam processos e que me disseram que tinham medo. Os seguranças também têm medo! O perfil é fazerem aquela cara, mas ninguém fica indiferente a uma pena de prisão, mas foi o que se escolheu!

" Para trabalhar num infantário, para cuidar de 22 crianças que não se drogam, não bebem, não têm problemas de identidade, tem que se estudar três anos, para estar numa discoteca com 2 mil pessoas adultas, bêbedas, drogadas, frustradas, tenho que fazer um curso de umas horas."

Como viu o caso de violência à porta do Urban?
Acho que os seguranças devem ser fiscalizados e punidos, mas também há que ter em conta que há seguranças que trabalham bem e que há muitos que já sofreram muitos ferimentos em serviço também. O Estado deve pôr na cabeça que a segurança pública tem que trabalhar de perto cada vez mais com a segurança privada.

Esteve em Inglaterra e no Dubai. O que andou a fazer?
Tinha família em Inglaterra que arranjou trabalho para a minha esposa, com o chef Gordon Ramsay. E eu consegui ir dar aulas de jiu jitsu numa academia. Depois eu e a minha mulher acabámos por ser convidados para ir dar aulas para o Dubai, uma vez que os Emirados Árabes Unidos querem que esta arte marcial seja o desporto oficial do país. Voltei há um ano. E estou a trabalhar como empregado na empresa que vendi.

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