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Detenção na Ponte 25 de Abril. PJ seguia grupo "bastante violento" desde agosto, conhecia todos os passos e não descarta outros crimes

Os três detidos na ponte 25 de Abril, esta quarta-feira, eram já conhecidos da PJ. Dois têm antecedentes por assaltos também a ourivesarias. Fazem parte de grupo “bastante organizado e violento”.

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Para as dezenas de condutores que atravessavam a ponte 25 de abril ao final da manhã desta quarta-feira, o cenário que encontraram parecia retirado de um filme de ação. Às 11h38, um agente da PSP corria pela ponte e saltava de um sentido para o outro, atrás de um jovem que tentava escapar a pé. O fugitivo acabou deitado no chão, já na presença de outro agente da PSP, que tirou as algemas e as colocou nos pulsos. Em segundos, apareceram os inspetores da Polícia Judiciária. Um deles ficou ali, em pleno tabuleiro, a garantir que o homem não saía do chão e os outros — elementos da PSP e inspetores da PJ — corriam também à procura de outros dois suspeitos.

A cena ficou gravada pelos condutores que foram obrigados a parar em cima do tabuleiro da ponte, depois de o trânsito ter sido cortado de forma inesperada durante uma hora — tudo para que os três suspeitos de um assalto que aconteceu esta quarta-feira em Fátima não escapassem.

Apesar de terem sido apanhados já em Lisboa, estes três suspeitos estavam a ser seguidos pela Polícia Judiciária desde que saíram da ourivesaria que assaltaram algumas horas antes e 140 quilómetros mais a norte. Aliás, os inspetores da PJ conheciam muito bem todas as suas rotinas e tinham a certeza de que o grupo se preparava para atravessar a ponte 25 de Abril, em direção à zona de Almada e Monte da Caparica, onde vivem — daí pedirem a colaboração da PSP para o corte do trânsito na ponte.

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Segundo fonte da PJ, ainda terão tentado deter os três jovens em Fátima, mas estes estavam armados e terão disparado. Já na ponte, não usaram armas, tendo optado por sair do carro onde seguiam e tentado fugir a pé.

PJ monitorizava grupo desde 28 de agosto. É “bastante organizado e bastante violento”

A certeza de que os três suspeitos iam atravessar a ponte 25 de Abril depois do assalto resultou, no entanto, de uma investigação que começou há praticamente um mês e meio. A 28 de agosto, estes três jovens assaltaram outra ourivesaria, também em Fátima. A partir dessa altura, passaram a estar na mira da Polícia Judiciária e todos os seus passos começaram a ser controlados: onde vivem, quais as suas rotinas e quais os locais que escolhem para assaltar. “Estávamos a monitorizar todos os movimentos”, revelou fonte desta polícia.

Jovens fazem parte de um “grupo bastante organizado e bastante violento”, descreveu ao Observador fonte da PJ. Dois deles contam com um histórico de assaltos à mão armada.

Apesar da idade — dois têm 24 anos e outro tem 19 anos —, estes três jovens fazem parte de um grupo considerado “bastante organizado e bastante violento”, descreveu ao Observador fonte da Polícia Judiciária. Aliás, os dois mais velhos contam com um histórico de assaltos à mão armada no seu registo criminal, tendo mesmo cumprido pena de prisão por este tipo de crime. E, à semelhança do que aconteceu no final de agosto e esta quarta-feira, os assaltos tiveram sempre como alvo ourivesarias.

Os três homens, suspeitos de crimes de roubo, serão presentes esta quinta-feira para primeiro interrogatório no Tribunal de Santarém, ficando a conhecer as respetivas medidas de coação. Mas o trabalho da PJ ainda não terminou, já que a investigação tem em cima da mesa a hipótese de o grupo ter realizado mais assaltos entre o momento em que os vários elementos começaram a ser monitorizados pelas autoridades e o momento da sua detenção. “Ainda não temos tudo documentado, mas acreditamos que aconteceram mais crimes. Ainda está em investigação”, acrescentou a mesma fonte.

Ponte 25 de abril esteve fechada uma hora para detenção de suspeitos de assaltos em Fátima

Da Margem Sul para Fátima

Há praticamente um mês e meio, quando a Polícia Judiciária começou a investigar o primeiro assalto e descobriu que dois dos suspeitos eram já conhecidos das autoridades, percebeu também que, apesar de viverem na Margem Sul, escolhiam cidades distantes para cometer os crimes. E percorriam, entre a Margem Sul e Fátima, quase 150 quilómetros para fazer um assalto. A partir daí, todos os passos destes três jovens foram seguidos.

"Este tipo de grupos criminosos, por norma, procura estudar bem os locais. São pessoas com muita capacidade operacional e já com muito conhecimento do meio criminal. Provavelmente, fizeram primeiro um estudo dos locais.”

Sem esquecer que fazem parte de um grupo organizado, e que “sabem perfeitamente o que fazem”, fonte da PJ explicou que o motivo para decidirem atuar tão longe de casa poderá estar precisamente na distância: “Muito certamente, procuram afastar-se da sua área, acreditando que aumentam a sua capacidade de passarem despercebidos.”

E, ainda que tenham cometido crimes longe da sua zona de residência, isso não significa que não conheçam bem o sítio — Fátima, neste caso. Como explicou a mesma fonte, “este tipo de grupos criminosos, por norma, procura estudar bem os locais” onde atacam. “São pessoas com muita capacidade operacional e já com muito conhecimento do meio criminal. Sabem muito bem o que têm de fazer. Provavelmente, fizeram primeiro um estudo dos locais.”

Trânsito cortado durante cerca de uma hora de meia

Já com a indicação de que os suspeitos se dirigiam para a ponte 25 de Abril para chegar a casa, a Polícia Judiciária pediu à PSP de Lisboa o corte do trânsito, para que fosse possível a detenção — e para garantirem que não tinham mesmo por onde escapar.

A ponte esteve fechada durante cerca de uma hora e meia, com a reabertura do trânsito a acontecer por volta das 13h. A circulação do comboio também chegou a ser interrompida, mas durante poucos minutos.

Enquanto o trânsito estava cortado, os condutores que foram obrigados a esperar em cima do tabuleiro da ponte partilharam vários vídeos que mostram o momento da detenção e da perseguição policial que, segundo a PJ, foi uma “operação bem sucedida”.

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