Era possível. É possível. Será possível.

Quando o Observador nasceu, a 19 de Maio de 2014, o lançamento deste novo projecto editorial foi recebido com cepticismo, porventura com sobranceria. Três anos passados conquistámos o nosso lugar e tornámo-nos uma referência.

Diferenciámo-nos, desde a primeira hora, por sermos exclusivamente digitais e acreditarmos que esse é o futuro da informação e do jornalismo, em especial do jornalismo de qualidade. Diferenciámo-nos também por rejeitarmos as águas chocas em que os meios de comunicação não assumem uma orientação e um ponto de vista, como é saudável, e também é norma, nas democracias ocidentais.

Diferenciámo-nos, por fim, por sermos radicalmente inovadores, capazes de crias novas fórmulas jornalísticas adaptadas ao suporte digital – e, neste, aos dispositivos móveis – e às necessidades dos tempos que vivemos. No oceano de milhentas notícias em que vivemos, seleccionamos e, sobretudo, explicamos, verificamos e enquadramos. Vivendo em cima da hora, tornámos uma rotina – uma boa rotina – os liveblog com actualizações ao minuto. Sabendo que nem tudo o Google esclarece, apostámos nos Explicadores. E ainda antes de as “fake news” se terem tornado um problema para a democracia, investimos nos “fact check” onde verificamos a verdade e a mentira do que é dito no espaço público.

Muitos não acreditavam que o jornalismo digital podia ser profundo e achavam que estava condenado a breves e voláteis notícias, mas demonstrámos que o inverso é que é verdadeiro. Os nossos especiais vão muito além da superfície das notícias e não temos medo de textos longos para leituras pausadas e profundas. Não temos nós nem têm os leitores.

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Sem megalomanias, fomos crescendo passo a passo, criando novas áreas, reforçando a equipa, dos 4 fundadores iniciais para mais de sessenta colaboradores, crescendo num tempo em que, por todo o lado, só se fala em minguar, em cortar e em despedir. E fizemo-los com base em receitas crescentes e no apoio dos nossos accionistas, aproveitando criteriosamente os recursos disponíveis, muita dedicação e muita motivação.

Olhando para trás, sabemos que temos de olhar para a frente e para tudo o que ainda falta alcançar. É essa a nossa atitude, é também esse o nosso orgulho quando nos recordamos das funestas previsões e sentenças das cassandras deste país, por vezes pequenino.

Sabemos que este ano, e no próximo, e no outro a seguir, continuaremos a surpreender e a inovar. E a desiludir os que sentenciam a morte do jornalismo e, sobretudo, os que aceitam a submissão do jornalismo a agendas particulares e a financiamentos misteriosos. Fazemo-lo para os actuais 3,5 milhões de leitores e para os muitos novos que virão, que querem ser informados e esclarecidos atempadamente sobre tudo o que de mais relevante acontece.

Fazemo-lo em nome da liberdade – liberdade de expressão, mas também liberdade económica – e de uma democracia adulta, informada e plural. Sem complexos e com muita ambição.

Os fundadores,

António Carrapatoso, Duarte Schmidt Lino, José Manuel Fernandes e Rui Ramos