A agência Fitch considerou, nesta quarta-feira, que as eleições europeias fortaleceram os mandatos dos partidos dos Governos de Itália e Espanha e que os resultados na Grécia e Portugal demonstraram “um considerável apoio” dos eleitores às reformas económicas em curso.
“A sustentabilidade das políticas económicas e orçamentais que estão a ser conduzidas nestes países são factores-chave subjacentes às classificações na região”, refere a agência de notação financeira, em comunicado. A Fitch sinaliza que, quer na Grécia, quer em Portugal, a maioria perdeu por pouca diferença para o principal partido de oposição.
Para o analista Douglas Renwick, considerando a escala das medidas de austeridade impostas durante os programas de ajuda financeira a ambos os países, o resultado das eleições para o parlamento europeu demonstra que não houve uma grande penalização eleitoral contra as medidas e reformas adotadas pelos atuais Governos.
Em Portugal, escreve, “a coligação PSD/CDS-PP que está no poder há três anos de programa de resgate recebeu 28% dos votos, atrás da oposição de centro-esquerda do Partido Socialista”, demonstrando que a coligação não está “fora da corrida”.
Já na Grécia, a Fitch considera que a votação de 27% para a coligação liderada pelo PASOK “deverá garantir alguma estabilidade governativa à coligação governativa no curto prazo”.
A agência de ‘rating’ diz ainda, sobre Itália, que a votação deu a Matteo Renzi um mandato “reforçado” e em Espanha houve um resultado “assinalável”, tendo em conta o “aperto orçamental severo” dos últimos anos.
Estes resultados devem ser encarados como positivos para os ‘ratings’ que a Fitch atribui aos países do sul da Europa, ainda que considere que permanecem riscos políticos nos quatro países analisados.