Costa ou Seguro? O Bloco de Esquerda defendeu esta sexta-feira através de uma carta aberta que nenhum deles deverá fazer parte de uma possível convergência das esquerdas, já que ambos têm um compromisso com “as políticas da União Europeia e a aceitação, resignada ou entusiasta, do Tratado Orçamental que impõe mais cortes, promove o desemprego, acentua o declínio nacional”. A missiva dirigida às esquerdas que queiram “protagonizar um caminho efetivamente alternativo” para as legislativas de 2015 é assinada por Catarina Martins e João Semedo, coordenadores do Bloco de Esquerda.

A carta aberta dos bloquistas não foi recebida em nenhuma sede oficial nem caiu em nenhuma secretária de dirigente político, foi divulgada esta sexta-feira no Público e no site do Bloco de Esquerda (BE). Sem destinatário certo, a liderança do Bloco deixa logo de parte a possibilidade de uma possível convergência à esquerda se fazer em conjunto com o PS. “Na luta pelo poder entretanto aberta no PS, a crispação entre os dois protagonistas não ilude o compromisso de ambos com as políticas da UE e a aceitação, resignada ou entusiasta, do Tratado Orçamental que impõe mais cortes”, escreveram os dirigentes do BE.

“Quem aplicar esta estratégia governa contra o país e não tem uma política de esquerda”, Catarina Martins e João Semedo.

Para o Bloco, a atual situação do país “exige uma grande convergência das esquerdas” para as próximas legislativas  e compromisso em relação a dois pontos: “não dar qualquer apoio a um governo, mesmo que dirigido pelo PS, que prossiga políticas de austeridade” e recusar as “imposições da União Europeia”. Após serem conhecidos os resultados das europeias – em que o Bloco elegeu apenas Marisa Matias -, o partido diz ser necessário “um diálogo aberto entre partidos e forças que lutam contra a austeridade, que saiba juntar energias e envolver cidadãos independentes, ativistas e movimentos sociais” para construir “uma alternativa alargada”.

O Bloco diz que a convergência é “possível” e aponta estar “empenhado” na “articulação com vista a formas de convergência de oposição e de proposta em torno de bases programáticas claras”. Apesar deste apelo, há menos de uma semana, a mesa nacional do Bloco de Esquerda chumbou várias propostas para convergências com as outras forças de esquerda, nomeadamente uma proposta de Ana Drago para dar início a um entendimento com o movimento 3D, o Livre e o PAN.

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