Os mais conhecidos festivais de música que se realizam por todo o país estão isentos do pagamento de taxas às câmaras municipais e as câmaras ainda lhes atribuem apoios por ajudarem na projeção dos concelhos. Em Paredes de Coura, cujo festival decorre margens do rio Taboão, a autarquia concedeu este ano um apoio financeiro de 80 mil euros.

O município, liderado por Vítor Paulo Pereira (PS), disponibiliza funcionários para prestarem o apoio logístico à organização, como a montagem de infraestruturas e a recolha do lixo desde 1993, ano em que surgiu o festival.

Para o autarca, o evento “tem vindo a crescer e a ganhar cada vez mais impacto e é o maior instrumento de promoção e afirmação da marca Paredes de Coura”, representando 50% da faturação anual nos setores de restauração e hotelaria, sobretudo casas de turismo de habitação.

No Porto, o custo de apoio logístico da câmara ao Primavera Sound, que cumpriu este ano a terceira edição, “está estimado pela organização em 220 mil euros”, adiantou à Lusa fonte oficial do município. Este montante corresponde “ao que o promotor deixa de pagar” e não ao gasto efetivo da autarquia, que cede, por exemplo, a rede de ‘mupis’ municipal para publicitar o festival.

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O envolvimento da câmara refere-se à “produção e promoção” do evento e o valor não inclui a cedência do Parque da Cidade que, segundo a autarquia, “não tem preço” e “não se aluga”. “A câmara tem o seu retorno do ponto de vista da visibilidade, já que a marca Porto vai estar nos logotipos, nos cartazes e nos anúncios de televisão”, referiu a fonte camarária.

O mesmo argumento é utilizado pela Câmara de Oeiras relativamente ao festival Optimus Alive, considerando-o “um dos mais importantes eventos” realizados no concelho. Ainda assim, ressalvou a autarquia, o apoio financeiro atribuído ao festival tem diminuído ao longo dos anos, devido à maior procura de patrocinadores privados. Para 2014, o apoio logístico da Câmara de Oeiras rondará os 116 mil euros.

Sobre o impacto económico do Optimus Alive, a autarquia revela que, nos últimos dois anos, o festival tem sido responsável por cerca de 70% da ocupação hoteleira em Oeiras em julho.

Quanto ao Super Bock Super Bock, que se realiza na herdade do Cabeço da Flauta, em Sesimbra, a câmara sublinhou que o festival é organizado por uma promotora de espetáculos que “já paga taxas para exercer essa atividade” e o terreno onde decorre é também privado.

“Por parte da autarquia há uma vistoria, que não tem custos, e é instalado um contador para fornecimento de água, pago pela organização, assim como a água consumida”, adianta o gabinete de imprensa, acrescentando que o apoio passa também por “operações pontuais de limpeza e desmatação de terreno, apoio à gestão do trânsito, recolha de resíduos e limpeza urbana”.

A Câmara de Sesimbra considera também este festival como “um evento com grande visibilidade e que projeta, de uma forma positiva, a imagem do concelho”.

Por sua vez, o MEO Sudoeste, que se realiza na Herdade da Casa Branca, na Zambujeira do Mar, em Odemira, é também tido como um evento de “relevância municipal”, mas a isenção concebida pela autarquia ao pagamento de taxas é de 50 por cento. De acordo com o presidente da Câmara de Odemira, José Alberto Guerreiro (PS), o município assume a recolha de resíduos e o seu encaminhamento para tratamento e também colabora na preparação dos acessos ao festival e zonas de estacionamento.

Sobre o valor do apoio concedido anualmente ao Sudoeste, José Alberto Guerreiro disse rondar “os 100 mil euros” e o impacto económico do festival no concelho, apesar de não haver avaliação concreta, é estimado ” entre os 2,5 e os três milhões de euros”.

Em Lisboa, foi recentemente aprovada em assembleia municipal uma proposta para isenção das taxas relativas às próximas sétima e oitava edições do Rock in Rio, de cerca de 3,5 milhões em cada ano. A proposta assenta na “projeção internacional da cidade de Lisboa” proporcionada pelo festival do Parque da Bela Vista.