Portugal regressa esta quarta-feira aos mercados para um leilão de Obrigações do Tesouro a dez anos, o primeiro após a saída da troika e com o qual pretende encaixar até 750 milhões de euros.
De acordo com a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública de Portugal (IGCP), o leilão de dívida com maturidade em fevereiro de 2024 decorrerá pelas 10h30, num montante indicativo entre os 500 e os 750 milhões de euros.
No anterior leilão comparável, que ocorreu no final de abril, Portugal emitiu 750 milhões a uma taxa de juro de 3,5752%.
Depois da chegada da troika (Fundo Monetário Europeu, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) a Portugal, o Tesouro realizou uma emissão a dez anos em maio de 2013, quando emitiu três mil milhões de euros a uma taxa de juro anual de 5,65%.
Já este ano, o IGCP fez um reforço dessa série de obrigações com maturidade até fevereiro de 2024 e fez uma nova colocação de três mil milhões de euros de dívida, a uma taxa de juro média de 5,112%. No entanto, estas emissões foram sindicadas, ou seja, o Estado mandatou vários bancos para colocarem os títulos no mercado.
As necessidades de financiamento do Estado para 2015 ascendem a 15,5 mil milhões de euros e a agência que gere a dívida pública portuguesa prevê que a ‘almofada financeira’ disponível no final de 2014 seja de 10 mil milhões de euros.
De acordo com uma nota do IGCP de meados de maio, as necessidades de financiamento do Estado para 2015 ascendem a 15,5 mil milhões de euros, prevendo a agência que a ‘almofada financeira’ disponível no final de 2014 seja de 10 mil milhões de euros, valor que inclui o montante do resgate financeiro consignado à banca que ainda não foi utilizado (6,4 mil milhões) e que representa uma queda em relação à ‘almofada’ existente no final do primeiro trimestre.
Em abril, o presidente do IGCP, João Moreira Rato, afirmou no parlamento que a ‘almofada’ financeira de 2013 custou ao Estado 435 milhões de euros, estimando, no entanto, que o custo desta este ano “já desceu”.
Ao optar por construir uma ‘almofada’ financeira através de depósitos no Banco de Portugal e nos bancos comerciais, o Estado continua a ter de se financiar em Bilhetes e Obrigações do Tesouro a uma taxa de juro superior à que recebe por esses depósitos. É dessa diferença que resulta o custo das reservas financeira do Estado.