Nações Unidas, 13 jun (Lusa) — As agências das Nações Unidas aumentaram a ajuda humanitária ao Iraque, onde centenas de milhares de pessoas foram deslocadas nos últimos dias na sequência da ofensiva de rebeldes sunitas, anunciou hoje um porta-voz da ONU.

“As agências da ONU estão a reforçar os abastecimentos no interior do país, antecipando novas deslocações” de pessoas, explicou o porta-voz adjunto da Organização das Nações Unidas, Farhan Haq, em Nova Iorque. O Programa Alimentar Mundial organizou o envio, por meios aéreos a partir do Dubai, de material humanitário para Erbil, a capital da região autónoma do Curdistão, a norte do Iraque, referiu.

A Alta-Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, sublinhou que centenas de pessoas podem ter morrido nos últimos dias e quase mil pessoas podem ter ficado feridas, enquanto os rebeldes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) já começaram a avançar para Bagdade. Em poucos dias, eles conseguiram tomar Mosul e a província de Ninive (norte), aproveitando a desordem das forças de segurança.

Segundo Haq, a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) está preocupada com a falta de abrigos, quando o número de deslocados continua a aumentar. O representante revelou que perto de 300 mil pessoas já teriam chegado a Erbil e Dohuk, transportando pouco mais que roupas. Em Dohuk, as famílias estão a ser reunidas em mesquitas, igrejas ou escolas, enquanto um número crescente de pessoas esperava num campo perto de Mosul, detalhou.

“O Alto Comissário da ONU para os Refugiados [António Guterres] ajudou o governo iraquiano a instalar tendas e forneceu material humanitário. Outras agências da ONU estão a colocar latrinas e reservatórios de água”, acrescentou. A Organização Mundial de Saúde e os seus parceiros ajudarão a fornecer medicamentos às famílias retidas nos postos de controlo e também vacinas contra o sarampo, nos próximos dias, adiantou o mesmo responsável. Entretanto, o enviado especial da ONU no Iraque mantém conversações sobre possíveis iniciativas e procura “ver o que é possível fazer para juntar o governo e o povo iraquianos”.

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