Um fator de proteção solar alta não chega para proteger a pele contra o cancro mais mortal, confirma uma investigação realizada pelo Cancer Research UK, citado pelo Guardian. Se por um lado pode reduzir os danos causados pelo sol no ADN, bem como retardar o aparecimento do melanoma maligno (tumor cutâneo), por outro não é totalmente eficaz.
Esta realidade poderá ser assustadora para quem, como muitos, se sente invencível após aplicada a primeira camada de creme e dedica-se, assim, a uma exposição solar mais alongada. Mas, na verdade, vem provar um importante ponto de vista: as campanhas de saúde pública, ao que parece, estão certas em sugerir o uso de cremes solares combinado com outros métodos, como a procura de sombras e a utilização de chapéus.
A pesquisa foi publicada na revista Nature e mostrou que a luz emitida pela radiação ultravioleta afeta diretamente o ADN, na pigmentação das células da pele, o que aumenta as hipóteses de desenvolver a doença. Os cientistas descobriram ainda que essa mesma luz provoca falhas no gene que tem como missão proteger-nos dos perigos do sol.
O tema está na ordem do dia e não escapou ao Telegraph, que lança a seguinte questão: “Devemos, então, continuar a usar os cremes solares?”. A resposta é um redondo “sim”, mas sem descurar as considerações da British Association of Dermatologists (BAD).
Uma dessas normas passa por saber ler o rótulo do creme solar, considerando o respetivo nível de proteção solar, que em inglês se chama SPF (FPS em português). A sigla é tida como o número de vezes que o creme vai salvaguardá-lo da radiação solar UVB, e não do calor. Se, por exemplo, levar 10 minutos a queimar-se, um SPF 20, corretamente aplicado, dá-lhe 200 minutos de segurança face os raios ultravioletas. É o professor John Hawk, da BAD que o diz, citado pelo Telegraph.
Por aplicação correta entende-se o uso de seis colheres de chá de loção, a cada duas a três horas. Para um adulto de estatura média, aconselha-se pouco mais do que meia colher de chá para cada braço, outra para a cara e pescoço (sem esquecer as orelhas), mais de uma colher para cada perna e outras duas para a parte da frente e de trás do corpo. E isto é apenas para loções.
Outro comportamento a adotar passa ainda por aplicar sempre uma primeira porção de creme alguns minutos antes da exposição inicial ao sol. Mais uma leva deverá ser repetida 30 minutos depois.
Fatos de banho e biquínis apertados também parecem não contribuir para a sua segurança. Um tecido apertado e esticado em volta da pele torna mais fácil a penetração dos raios ultravioleta. Roupas soltas são, por isso, a solução. E como há “regras” que não passam de moda, evite a exposição solar entre as 12h00 e as 15h00. Mas esta, por certo, já conhecia.