O número de mortes por causa do ébola na África ocidental ascendeu às 337 pessoas, divulgou esta quarta-feira a Organização Mundial de Saúde (OMS), o que faz com que seja o surto mais mortífero de sempre da febre hemorrágica.
Dados recentes da agência de saúde das Nações Unidas mostram que o número de mortos na Guiné-Conacri chegou aos 264, enquanto 49 pessoas morreram na Serra Leoa e 24 na Libéria. O novo número marca uma subida de mais de 60% desde os últimos dados da OMS, de 04 de junho, quando 208 pessoas sucumbiram ao vírus.
Incluindo os mortos, 528 pessoas nos três países contraíram o ébola, um dos mais mortíferos vírus do mundo, divulgou a OMS. A maioria dos casos, 398, ocorreu na Guiné-Conacri, onde em janeiro teve lugar o primeiro surto do ébola na África Ocidental. A Serra Leoa registou 97 casos e a Libéria 33.
A OMS descreveu este surto epidémico como um dos mais desafiadores desde que o vírus foi identificado em 1976, na atual República Democrática do Congo. Na altura, o surto matou 280 pessoas.
O ébola é um vírus tropical que pode matar as suas vítimas em dias, causando febres e dores musculares intensas, bem como vómitos e diarreia, e nalguns casos alguns órgãos deixam de funcionar, o que pode também levar a hemorragias incontroláveis. Não há nenhum medicamento ou vacina para o ébola, cujo nome deriva de um pequeno rio na República Democrática do Congo.
Organizações de saúde caraterizam este surto como um dos mais perigosos e desafiadores porque as pessoas das áreas afetadas mostram-se relutantes em colaborar com as autoridades, e porque alguns mortos são enterrados noutras vilas. As autoridades da África ocidental também não têm conseguido impedir que as pessoas toquem nos corpos durante os rituais funerários.