O dirigente da Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP) José Abrão disse hoje que os sindicatos vão recorrer aos tribunais e ao Provedor da Justiça para evitar as desigualdades nos subsídios de férias dos funcionários públicos.

“Vamos atender os nossos associados dos nossos sindicatos que queiram recorrer a tribunal e apresentaremos as respetivas ações em tribunal reivindicando o tratamento [igualitário] e repondo a justiça que é devida a cada trabalhador”, afirmou José Abrão, em declarações à agência Lusa.

Segundo acrescentou, a FESAP também irá “recorrer ao Provedor de Justiça” porque não faz sentido nenhum dividir os trabalhadores entre os que receberam [subsídio de férias] até 31 de maio e os que recebem depois”.

Em causa está a decisão do Governo, anunciada na quarta-feira pelo ministro-Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, de só pagar os subsídios de férias por inteiro aos funcionários públicos que os recebam depois de 31 de maio.

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Nestes casos serão retirados os cortes salariais em vigor até final do mês passado e que foram considerados inconstitucionais (a partir de junho) pelo Tribunal Constitucional.

Uma decisão que é contestada pela FESAP, já que, como sublinhou José Abrão, “não existe nada na lei que impeça o Governo de pagar” o ajustamento a quem recebeu subsídio com cortes

O comunicado divulgado na quarta-feira pelo Tribunal Constitucional “veio justamente nesse sentido, dizendo claramente que o Governo pode legislar promovendo a igualdade (…) que consta da Constituição e não diferenciando trabalhadores”, justificou o dirigente sindical.