Portugal e Cabo Verde acordaram hoje a realização de uma cimeira entre os dois países, para debater temas como o mar, a gestão de energia e a água, entre outros temas, disse hoje em Malabo o Secretário de Estado português dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Luís Campos Ferreira.
“Estivemos a preparar a cimeira com Cabo Verde, em meados de dezembro, a 14, 15 e 16”, afirmou o governante português, que participa hoje e sexta-feira na cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA).
Para a reunião bilateral, foram já fechados alguns temas como o mar, para “estabelecer parcerias com apoios portugueses à exploração dos recursos marítimos” de Cabo Verde, a gestão da água ou a agricultura. “A construção de barragens e de novos equipamentos permitem a Cabo Verde ter um grande potencial em agroindústria”, explicou Campos Ferreira.
Durante o dia de hoje, no primeiro dia da cimeira de chefes de Estado da União Africana, a delegação portuguesa, liderada pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, teve reuniões e contactos informais com o Gana, Costa do Marfim, Zimbabué, Djibuti, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Angola e Cabo Verde.
Na reunião com o Gana, foi discutida “a possibilidade de uma visita a Portugal da ministra dos Negócios Estrangeiros”, explicou o secretário de Estado, adiantando que irão ser realizadas reuniões com a agência económica daquele país africano.
O objetivo é “ver como é que a nossa economia pode exportar para o Gana”, disse Campos Ferreira. Com a Costa do Marfim, foi discutida a criação de uma comissão mista dos dois países, que deverá entrar em funcionamento no início de 2015.
A 23.ª cimeira de chefes de Estado e de governo da União Africana (UA), que se iniciou hoje em Malabo, tem como tema central “Agricultura e Segurança Alimentar”. Durante os trabalhos, que terminam sexta-feira, a cimeira deve adotar uma Declaração sobre Crescimento da Agricultura e Objetivos até 2025.
Os chefes de Estado e de Governo da UA deverão ainda analisar propostas de alterações em órgãos como o Parlamento Panafricano e o Tribunal Africano dos Direitos Humanos e dos Povos e discutir o projeto de estatutos do Fundo Monetário Africano. A cimeira assinala também o regresso da Guiné-Bissau e do Egito à UA, após suspensões resultantes do golpe d estado de abril de 2012 e à instabilidade interna, respetivamente.
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