A polémica Uber já chegou a Lisboa. A empresa norte-americana de transporte privado que pôs cerca de 12 mil taxistas ingleses em protesto, a 11 de junho, quer criar uma equipa na capital portuguesa para garantir “motoristas formados e experientes”, disse à agência Lusa Alexandre Droulers, responsável pela expansão da empresa na Europa Ocidental.

“Sempre quisemos vir para Portugal. Lisboa tem grandes oportunidades e agora que estamos aqui, estamos muito focados em fazê-las crescer”, afirmou. A Uber tem estado no centro da polémica que tem envolvido os taxistas e sindicatos europeus. O facto de os motoristas não terem a mesma licença do que os taxistas, não serem submetidos aos mesmos testes de segurança e de os carros particulares não terem autorização para ter taxímetros tem feito com que a empresa seja considerada uma concorrente “desleal”.

Por cá, a reacção não foi tão explosiva. “É como se fosse mais uma central de táxis”, disse Florêncio de Almeida, presidente da associação nacional dos transportadores rodoviários em automóveis ligeiros, Antral, ao jornal Público. O responsável acrescentou que, em Portugal, a plataforma é diferente da que está a ser aplicada no resto da Europa. “Aqui, a Uber vai arranjar serviços que serão entregues a empresas [e motoristas] licenciadas, e sendo assim nada impede”, afirmou.

Uma viagem de Lisboa ao Porto pode custar 700 euros, segundo o presidente da Antral, Florêncio de Almeida.

Na Uber, não existem notas ou moedas. As tarifas são cobradas automaticamente no cartão de crédito do viajante quando este chega ao destino. A viagem começa com um custo base de dois euros, aos quais são somados 30 cêntimos por minuto e 1,10 euros por quilómetro, sendo que o preço mínimo para cada viagem são oito euros. Paga o mesmo, caso queira cancelar o pedido. “Uma viagem [num carro pedido pela Uber] de Lisboa ao Porto custa 700 euros, num táxi custa metade”, disse Florêncio de Almeida ao Público.

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gps vence telefone

A forma como se pedem táxis em Portugal está a mudar. Aplicações como a Taxi Motions, 99TaxisGeoSensi, Taxi Link ou Taxi Click já andam a competir com a chamada tradicional para as centrais. Vantagens das aplicações? A geolocalização, por exemplo.

Para Bernardo Alves, fundador da Taxi Motions, a Uber não vem ocupar o espaço dos taxistas. “Vem explorar serviços de aluguer de transporte com motorista e não se sobrepõe ao que estamos a fazer. É saudável que exista alguma concorrência e existe espaço para todos”, adiantou ao Observador. A aplicação que permite solicitar o “melhor táxi” na proximidade de quem faz o pedido foi lançada em abril de 2014, mas está em testes desde o verão passado. “O utilizador instala a app e em dois cliques tem um táxi à sua disposição”, explica Bernardo Alves.

No primeiro, define a morada para o pedido e no segundo, confirma-o. Antes de confirmar, pode introduzir o destino e estimar quanto vai pagar pelo serviço. O táxi escolhido é aquele que, na proximidade, tiver o melhor rating, calculado com base na opinião dos utilizadores. A GeoSensi é outra aplicação portuguesa,que permite pedir um táxi para o local onde o cliente se situa através de um toque no ecrã do smartphone. Lançada há aproximadamente um mês, conta com cerca de 3 mil utilizadores registados.

Na 99Taxis, aplicação recém-chegada a Portugal, o taxista vê no mapa o ponto onde a pessoa se encontra e esta vê o local onde está o taxista, sendo que todo o processo é acompanhado em tempo real, por GPS.