Nem 24 horas demorou. Na terça-feira, a seleção brasileira saiu de Belo Horizonte com uma derrota por 7-1, imposta pela Alemanha. Foi a pior de sempre do Brasil em Mundiais, e logo nas meias-finais da Copa organizada pelo próprio país. Foi um vexame, como dizem os brasileiros. Aos 30 minutos da primeira parte, o marcador já mostrava um 5-0. Aí começaram as lágrimas, as piadas e, sobretudo, as críticas. À exibição, aos jogadores e ao treinador, Luiz Felipe Scolari — para quem a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) já estará a preparar um sucessor.

Pelo menos é esta a certeza avançada esta quarta-feira pela imprensa brasileira. E até já existe uma lista de três possíveis sucessores, na qual apenas um deles está atualmente empregado. O primeiro nome, e “o favorito”, segundo o Folha de São Paulo, é o de Tite. Aos 53 anos, o técnico não se senta num banco de suplentes desde dezembro de 2013, quando, após quatro anos no clube, deixou o Corinthians no 10.º lugar da última edição do Brasileirão.

Antes, porém, conquistou a Copa dos Libertadores da América e o Mundial de Clubes (venceu o Chelsea, na final, por 1-0) com a equipa de São Paulo, em 2012. E são estes os seus principais trunfos.

O segundo nome avançado é o de Muricy Ramalho, atual treinador do São Paulo. O tal que, escreveu o Estadão, rejeitou em 2010 um convite para orientar a seleção brasileira, na altura em que Mano Menezes (antecessor de Scolari) ainda ocupava o cargo. Com 58 anos, o ponto forte no currículo de Muricy é a conquista do Brasileirão em 2006, 2007, 2008 e 2010, este último com o Fluminense — com Deco e Fred na equipa. No ano seguinte, venceria a Copa dos Libertadores no com o Santos. E Neymar. Portanto, já conhece o craque, algo que, para o empresário do jogador, até poderá ser uma vantagem.

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Isto porque, após a derrota de ontem por 7-1, Wagner Ribeiro publicou na sua conta de Twitter uma lista com “seis requisitos para ser técnico da seleção” brasileira. Ou antes, meia dúzia de críticas a Luiz Felipe Scolari, entre as quais o classificou como “um velho babaca, arrogante, asqueroso, prepotente e ridículo”. Sim, isto vindo de um empresário de jogadores e do homem responsável por gerir a carreira do menino que, aos 22 anos, vai com 35 golos marcados em 53 jogos feitos pela seleção do Brasil.

Mas pronto, adiante. O terceiro nome que estará a ser discutido pela CBF é o de Vanderlei Luxemburgo — o único que já teve a experiência de comandar o escrete. Fê-lo durante sete meses, entre março e outubro de 1999, tendo conquistado a Copa América pelo meio dos 19 jogos que realizou na seleção — venceu 14, perdeu três e empatou dois.

Tal como Muricy Ramalho, também Luxemburgo conta já com várias taças guardadas em casa, com destaque para as coleccionados com os campeonatos brasileiros que venceu em 1993 e 1994 (Palmeiras), em 1998 (Corinthians), em 2003 (Cruzeiro) e em 2004 (Santos, de Diego e Robinho).

São estes os possíveis sucessores apontados. E a escolha deverá ficar a cargo de outros dois nomes: de José Maria Marin, atual presidente da CBF, e de Marco Del Nero, o seu sucessor, já eleito, mas que deverá apenas assumir o cargo em 2015.

Certezas, só há uma — ainda resta um encontro a Luiz Felipe Scolari ao volante da seleção brasileira. Será já no sábado, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, onde o Brasil vai lutar pelo terceiro lugar no Mundial frente à equipa que sair derrotada do Argentina-Holanda (que hoje se joga no Itaquerão, em São Paulo).

Para já, em 54 partidas na seleção brasileira, Felipão conta com 38 vitórias, oito derrotas e sete empates, divididos entre dois períodos: o primeiro, de 2001 a 2002, onde venceu o Mundial do Japão e da Coreia da Sul, e o atual, que começou em 2012 e no qual conquistou a Taça das Confederações, o ano passado. Mas o que o tramou foi a derrota de ontem, por 7-1, com a Alemanha, nas meias-finais do Mundial brasileiro.