Ontem, na sede do PS, houve uma reunião sigilosa. Foi a pedido do presidente indigitado do BES e com um objetivo simples: explicar a António José Seguro que não haverá na nova gestão do banco qualquer interferência política, seja do Governo ou de quem quer que seja, noticia o jornal i.
Em declarações ao jornal, Vítor Bento é peremptório: “Nos sítios onde eu mando (isto é, sou o decisor principal), nunca houve nem haverá interferências partidárias de lado nenhum. E que tenho um longo currículo profissional que o atesta. Quanto ao dr. Moreira Rato, profissional de reconhecida competência técnica, é uma escolha pessoal minha”.
A reunião é justificada por Vítor Bento com “algumas dúvidas que surgiram na comunicação social”, que são na verdade a repetição das declarações de Seguro no fim de semana, contestando as escolhas para a nova equipa do BES (“Vejam as últimas notícias sobre um banco português e vejam os três nomes conhecidos para a administração desse banco, todos associados à actual maioria política”). Vítor Bento diz ter querido dar garantias “ao senhor secretário-geral do PS, por quem tenho muita consideração e respeito”.
De resto, Bento chegou a ser convidado por Seguro para uma sessão do Novo Rumo, ciclo de conferências destinado a preparar o programa de governação socialista.