Depois da entrega, em maio, de 95 fatos “inimigos do fogo” aos Bombeiros Voluntários de Carregal do Sal, a empresa “OnWork” não tem tido mãos a medir, estimando equipar durante este ano um milhar de soldados da paz.
“São fatos que não entram em combustão, não propagam as chamas e estão preparados para autoextinção numa fração de segundos”, explicou à Lusa o responsável por aquela empresa.
Lembrando que “até o ferro arde”, João Sousa sublinhou que os fatos “não fazem milagres”, mas garantiu que “vão com toda a certeza ajudar a poupar vidas dos bombeiros” envolvidos no combate aos incêndios, nomeadamente florestais.
“No ano passado, morreram em Portugal oito bombeiros no combate aos fogos. Se estivessem equipados com estes fatos, tenho a certeza de que pelo menos dois ou três teriam escapado com vida”, acrescentou.
Segundo João Sousa, a procura dos fatos “tem sido muita”, prevendo-se que este ano possam ficar equipados perto de um milhar de bombeiros.
O empresário garantiu que o tecido “aguenta, seguramente, 50 lavagens”, mas este número pode baixar fruto da utilização intensiva que tiver no teatro das operações e do desgaste registado com quedas, raspões e outros atritos.
“Se utilizado em condições normais, aguenta as 50 lavagens sem problemas”, afirmou.
Além do fato (casaco e calças), o conjunto completo inclui também camisola interior, cógula (proteção da cabeça) e botas e custa 500 euros.
As botas e a cógula são fabricadas na Turquia e na Irlanda, respetivamente, em empresas parceiras da OnWork.
Esta empresa, além de dar garantia e de reparar os equipamentos “avariados”, também ministra formação aos futuros utilizadores, sensibilizando-os para o facto de “não poderem facilitar ou arriscar ainda mais só porque têm equipamentos mais seguros”.
Depois de criado o novo equipamento, o banco BiG decidiu, numa parceria com a Liga dos Bombeiros Portugueses, lançar a campanha “Vamos proteger quem nos protege”, com o objetivo de recolher fundos para equipar o maior número possível de bombeiros voluntários do país.
O banco compromete-se a dobrar o valor global dos donativos, até um máximo de 500 mil euros.
Há ainda a possibilidade de donativos através dos agentes PayShop, que tem um custo mínimo de 1 euro.
“Depois da tragédia do último verão, que ceifou a vida a oito bombeiros, não podíamos ficar indiferentes”, disse à Lusa Paulo Figueiredo, administrador do Banco BiG.
Por isso, o banco decidiu alargar as modalidades de doação existentes, “para assegurar a mobilização de mais portugueses para uma causa tão atual e urgente como é a dos equipamentos de proteção individual dos bombeiros portugueses”.