Entre janeiro e o princípio de julho deste ano, já desistiram da ADSE 1.028 funcionários públicos e pensionistas, mais beneficiários do que no conjunto dos últimos três anos. De acordo com o Jornal de Negócios, as Finanças, através da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) e da própria ADSE, vêem com alguma preocupação estas saídas, fruto dos aumentos dos descontos, que podem pôr em causa o financiamento deste subsistema de saúde.
Em comparação com o número total de beneficiários deste subsistema de saúde (849 mil), o número de renúncias aparenta ser relativamente baixo. Mas quando comparado com as renúncias que se verificaram desde 2011, o número impressiona: em 2011 desistiram 125 beneficiários, em 2012 foram 200 e no ano passado registaram-se 319, explica o Negócios.
Este aumento de desistências já vinha sendo antecipado por especialistas do setor, depois do anúncio do último aumento dos descontos (para 3,5%), e pela própria IGF que, numa das conclusões da Conta Geral do Estado de 2013, dizia que “os inevitáveis aumentos de descontos e/ou redução de benefícios terão como consequências prováveis a renúncia à condição de beneficiário e a quebra de adesão via novas inscrições, tornando mais difícil a subsistência do sistema”.
Face a esta situação, o diretor-geral da ADSE considera que “importa ponderar a fixação de limites de contribuição individual, muito considerando os valores mais elevados que estão a ser suportados por um grupo de beneficiários”, como se pode ler no relatório de atividades de 2013 da ADSE.
Em menos de um ano os descontos para a ADSE já aumentaram três vezes. Em agosto do ano passado os beneficiáros viram o desconto passar de 1,5% para 2,25%, tendo em janeiro deste ano passado para os 2,5%. Em junho entrou em vigor um novo desconto, para 3,5%, de forma a garantir que a auto-sustentabilidade da ADSE se torne uma realidade já no próximo ano.