Personalidades centrais no conflito centro-africano começaram esta segunda-feira uma nova ronda de negociações na capital da República do Congo, Brazzaville, tendo como objetivo acabar a violência que dura há mais de um ano no país.

O fórum de três dias para o diálogo político e a reconciliação é presidido por Denis Sassou Nguesso, o presidente do Congo, servindo como mediador regional numa crise que já causou a morte de centenas de pessoas e obrigou mais de um milhão a abandonar as suas habitações.

A República Centro-Africana, um dos países mais pobres do mundo, tem vivido um estado de crise desde que os rebeldes do grupo Seleka, maioritariamente muçulmanos, tomaram o poder da nação num golpe em março de 2013. A situação foi exacerbada devido a várias atrocidades cometidas por ex-rebeldes, o que provocou represálias por parte de vigilantes cristãos que se denominam “anti-balaka”.

Estas negociações, apoiadas por um grupo de contacto que juntou perto de 30 países e organizações, têm como objetivo a realização de um acordo, a atingir até dia 23, que acabe com a violência, desarme os combatentes e construa uma nova matriz para a transição política.

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Este acordo seria o começo do caminho para a realização de um muito esperado conselho de reconciliação, que deverá dar-se em Bangui, a capital da República Centro-Africana, em outubro.

Perto de 170 oficiais centro-africanos são esperados em Brazzaville, incluindo membros do governo transicional da presidente Catherine Samba Panza, legisladores, enviados de grupos armados, partidos políticos e membros da sociedade civil.

No entanto, vários líderes políticos e religiosos da República Centro-Africana boicotaram as negociações em Brazzaville, pedindo que estas se realizassem no seu país. Anteriores cimeiras para a paz, realizadas no Gabão e no Chade, não produziram efeitos visíveis.