O ministro da Economia português, António Pires de Lima, afirmou esta quinta feira que o investimento angolano em Portugal é “bem-vindo” e que as relações empresariais entre os dois países só “sobem de intensidade” porque as relações políticas “são fluídas”.

De visita a Luanda, o governante realçou as “relações muito intensas” que se verificam atualmente entre os dois países e garantiu que os investimentos angolanos são desejados em Portugal.

“O investimento angolano é bem-vindo em Portugal, aliás nós temos dado prova disso mesmo ao aceitar, com muito gosto, investimento angolano em muitas e diferentes áreas da economia portuguesa. Áreas de caráter estratégico”, realçou.

O governante falava aos jornalistas durante a visita à Feira Internacional de Luanda (FILDA), que esta quinta feira dedicou o dia a Portugal, que com mais de 100 empresários nacionais é o pais mais representado no certame, entre cerca de 40 representações.

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O ministro voltou a enfatizar os números repetidos vários vezes ao longo desta semana, no âmbito da FILDA, sobre os quase 9.000 empresários portugueses que operam em Angola e o recorde de 7.500 milhões de euros nas trocas comerciais entre os dois países, em 2013.

“[As relações] estão cada vez num patamar mais levado, do ponto de vista comercial, do ponto de vista empresarial, e isso não seria possível obviamente se as relações políticas não fossem umas relações fluidas”, afirmou Pires de Lima, durante a visita à FILDA, que até domingo conta com quase um milhar de expositores.

Portugal é o único país presente com um pavilhão próprio, de 3.000 metros quadrados, entre os sete existentes no recinto da feira, em Luanda.

Angola é hoje o primeiro destino das exportações portuguesas fora da União Europeia, mas as importações de produtos angolanos por Portugal também tem vindo a crescer, segundo o Ministério da Economia.

“Eu creio que os dois países têm muito em ganhar, no respeito mútuo das suas autoridades, da sua independência, em incrementarem não só as relações comerciais – acho bom que Angola cada vez mais exporte para Portugal, assim como gosto de ver as exportações portuguesas crescerem para Angola – mas também ao nível do investimento. Que as relações sejam cada dia mais equilibradas”, disse Pires de Lima.

“E esta reciprocidade comercial, esta reciprocidade no investimento, é seguramente uma boa medida da intensidade crescente, intensidade boa, das relações entre Angola e Portugal”, acrescentou.

Ainda assim, face à introdução da nova pauta aduaneira angolana, que representa entraves à importação de produtos, o ministro admitiu a necessidade de acompanhar a situação e de os empresários nacionais “apostarem”, como “caminho a longo prazo”, nas parcerias locais.