O presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal considerou hoje “lamentável” que o Turismo de Portugal retire o apoio ao “Rali de Portugal”, no ano em que a competição regressa ao Norte do país. Em declarações à Lusa, Melchior Moreira criticou o que considerou ser um “centralismo exacerbado de Lisboa”, na forma como gere os recursos de apoio ao turismo. “Este destino [Norte do país], apesar dos resultados em termos de crescimento, tem sido marginalizado. Há um centralismo exacerbado de Lisboa”, considerou, lamentando que a aposta resida apenas em Lisboa, Algarve e Madeira.

“O Norte não se conhece, não existe”, exclamou. Falando em Lousada, à margem da inauguração da Loja de Turismo do Porto e Norte de Portugal, Melchior Moreira diz não haver dúvidas de que “o Rali de Portugal é um grande evento de atratividade mundial”. “Lamento que se diga que não traz retorno. Não se entende esta decisão”, acentuou, recordando que nos últimos sete anos o Turismo de Portugal investiu sete milhões de euros quando aquela prova se realizava no Algarve.

O presidente da entidade regional de turismo disse à Lusa que “o Norte não precisa de mendigar, porque os resultados da região, em termos de turismo estão aí”. Segundo avançou, o Turismo do Porto e Norte de Portugal, no último semestre, cresceu cinco a seis por cento acima da média nacional.

“Tudo faremos para apoiar e acarinhar este grande evento, para continuar a dar dimensão a este destino”, acrescentou. Na quinta-feira, o Ministério da Economia anunciou que o Turismo de Portugal não vai apoiar financeiramente a edição de 2015 do Rali de Portugal nem a prova de WTCC, a realizar-se no Porto.

“A decisão de não-concessão de apoio financeiro está alinhada com a estratégia de promoção definida para o destino Portugal, que passou a focar-se na comercialização, nomeadamente através da captação de rotas aéreas e de parcerias com operadores turísticos, e na adaptação da promoção externa ao ‘marketing’ digital, e que tem vindo a ser implementada nos últimos anos com resultados que todos consideram indiscutíveis”, assumia o ministério, em comunicado.

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