As respostas hormonais e a atividade neurológica do cérebro de um pai variam conforme os seus deveres para com a criança. É esta a conclusão de um estudo científico publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, que, essencialmente, comprova que os homens também são bons pais.

A equipa de cientistas da Universidade do Oregon, nos Estado Unidos da América, analisou a atividade neurológica dos pais enquanto estes assistiam a vídeos das suas interações com os seus filhos. Como resultado, os investigadores perceberam que a visualização dos vídeos estimulava atividade em dois sistemas cerebrais. Um deles, ligado às emoções, lida com o vínculo social, garante a vigilância e coordena as respostas ao sofrimento da criança. O outro está ligado ao processamento mental. Monitoriza o possível estado de espírito da criança, o seu estado emocional e permite planear as suas futuras necessidades.

Nas mães, a quem costuma ser associado o cuidado das crianças e o próprio instinto maternal, o sistema ligado às emoções foi o mais ativo. Com pais cujo papel seja mais secundário, salientou-se uma maior atividade no sistema ligado ao processamento mental. Mas no caso dos homens que criem as crianças sozinhos registou-se uma resposta do sistema emocional semelhante ao das mães e semelhante ao dos pais, no caso do processamento mental. Por outras palavras, os chamados pais solteiros conseguem desempenhar ambos os papéis. Nestes casos, a dimensão da resposta em ambos os sistemas varia de acordo com o tempo que passam a tomar conta das crianças.

Segundo a publicação norte-americana New Republic, a neurociência mostra também que crianças criadas por dois homens crescem num ambiente em que lhes é providenciado o carinho e a atenção necessárias para o seu desenvolvimento. Ainda não foram realizados estudos semelhantes com mães solteiras ou um casal de mulheres mas, diz a revista, os resultados deverão ser semelhantes.

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