A China convidou os Estados Unidos da América (EUA) para uma parceria financeira em África. Em causa está a construção de uma barragem na República Democrática do Congo, o projeto Inga-3, no valor de 12 mil milhões de dólares, cerca de 8,9 mil milhões de euros, diz o Financial Times. O primeiro contacto de Pequim com a Casa Branca aconteceu no ano passado, mas as negociações só ganharam força durante a cimeira bilateral que decorreu em julho de 2014, na capital chinesa. A publicação avança que a iniciativa chinesa pode ser um indício de que o país liderado por Xi Jinping quer equilibrar as relações com o continente africano, depois das várias acusações de que tem sido alvo.

Nos últimos anos, a China tem sido acusada de emprestar dinheiro aos estados africanos em troca de benefícios às empresas de construção chinesas que atuam na região: todos os projetos de construção têm estado a cargo das empresas asiáticas, refere a publicação. A abordagem multilateral chinesa aconteceu no início de 2014, quando Pequim lançou um fundo de 2 mil milhões de dólares, cerca de 1,4 mil milhões de euros, junto do Banco Africano de Desenvolvimento. As autoridades norte-americanas revelaram que uma parceria com a China no projeto Inga-3, ou mesmo noutra barragem, poderia ser um avanço “importante” nas relações. Contudo, membros da administração de Barack Obama, do Congresso e de algumas instituições financeiras permanecem cautelosos com o envolvimento norte-americano no projeto. As autoridades avançaram que ainda não foi tomada nenhuma decisão.

O projeto Inga-3 faz parte de uma iniciativa maior para explorar o potencial hidroelétrico do rio Congo, que é o segundo maior do mundo em termos de volume. Existem três consórcios, um chinês, um espanhol e um sul-coreano, interessados na construção da infraestrutura e o Banco Mundial aprovou um subsídio de 70 milhões de dólares, 52,1 milhões de euros, para realizar uma avaliação técnica. Contudo, o banco ainda não decidiu se vai apoiar a construção. As negociações entre os dois países para o projeto Inga-3 estão em fase avançada e têm existido conversas sobre eventuais colaborações noutros projetos fora do continente Africano, no Nepal e no Paquistão, diz o Financial Times.

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