Espanha está a preparar a repatriação de um padre católico que trabalhava como missionário na Libéria, cujos testes deram positivo para o vírus do Ébola, anunciou a ministra da Saúde, Ana Mato Adrover.

Segundo o El País, o avião espanhol que deve transportar o missionário católico partiu às 13h30 (12h30 de Portugal), desta quarta-feira, rumo à Libéria.

O Ébola, um dos vírus mais mortais para a espécie humana, já causou mais 900 mortes na África Ocidental desde fevereiro deste ano e não parece estar a abrandar.

Miguel Pajares, 75 anos, estava a trabalhar como missionário na Libéria há mais de 50 anos e quando foi testado para o vírus no hospital de Monróvia, a capital do país, o resultado deu positivo. As autoridades espanholas estão a organizar a repatriação de Miguel Pajares em conjunto com elementos da Organização Mundial de Saúde, anunciou a ministra da Saúde espanhola, na terça-feira, à agência Reuters.

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“Tenho febre. Não tenho apetite, podia estar perfeitamente sem comer nada. Tenho muitas dores nas articulações. Preciso de ajuda para mover-me de um sítio para o outro”, afirmou Miguel Pajares em entrevista, na segunda-feira, à delegação espanhola da cadeia televisiva CNN.

“Espero que consigamos ser evacuados. Para nós seria uma grande alegria se nos levassem para Espanha. Lá estaríamos em boas mãos e podíamos ficar melhor, se Deus quiser”, afirmou, lembrando que tal como ele, outros quatro missionários – guineenses e congoleses – estão hospitalizados.

Este missionário, o primeiro espanhol a ser diagnosticado com Ébola, pertence a uma organização não-lucrativa sediada em Madrid chamada Juan Ciudad and the Hospital Order of San Juan de Dios, que pediu a transferência urgente do padre para Espanha, na manhã de terça-feira.

Desde o início deste surto de ébola, não se trata da primeira vez que uma pessoa infetada é repatriada para o seu país de origem para receber tratamento.

Dois americanos enviados para casa e ‘curados’

Esta semana houve notícias com larga repercussão mediática sobre uma vacina experimental, testada em dois americanos repatriados para os EUA infetados com o Ébola. A vacina deu bons resultados — embora seja preciso muito mais para a Organização Mundial de Saúde pode afirmar que existe uma cura para o vírus.

Kent Brantly, 33 anos,  médico, e Nancy Writebol, missionária na organização Samaritan´s Purse, trabalhavam com doentes infetados pelo Ébola em Monróvia, na Libéria.

Os dois missionários norte-americanos terão sido salvos de uma infeção grave pelo vírus Ébola com um “tratamento miraculoso”. Esta “arma secreta” nunca tinha sido aplicada em seres humanos, mas a FDA abriu uma exceção ao abrigo de uma norma que autoriza a utilização de medicamentos não testados.