Era reforço. Deixou de o ser. E agora já o é novamente. E desta vez, é mesmo certo. Após ser filmado a realizar exames médicos, a falar como jogador do clube, e depois de até Manuel Pellegrini, o treinador, se confundir, Eliaquim Mangala já está no Manchester City. Sim, é mesmo oficial e o clube assim o confirmou esta segunda-feira, no seu site oficial. Já o Porto informou a Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM) que, com a transferência, lucrou 30,5 milhões de euros.

Em novelas se fala quando parece haver muita ficção. Ou, pelo menos, uma história para isso. Então vejamos. A 25 de julho, o Manchester City publicou no canal oficial do You Tube um vídeo, no qual Mangala aparecia (e até Jorge Mendes, o seu empresário) a sair de um avião, a chegar ao centro de treinos do clube e a realizar exames médicos. Depois, chegaria a falar para a câmara, dedicando palavras às expetativas com as quais chegava ao clube inglês. “Quero ajudar a equipa a ganhar título”, sublinhou, na altura.

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Minutos depois, porém, o clube apagaria o vídeo. Afinal, o Porto e o City continuavam calados, sem emitirem comunicados ou anúncios que confirmassem qualquer transferência.

Os dias passaram e chegou-se a domingo, 10 de agosto. Dia de Supertaça de Inglaterra, de um duelo entre o Manchester City e o Arsenal, que a equipa de Manuel Pellegrini perdeu, por 3-0. Antes do encontro, o treinador chileno, questionado sobre os jogadores que já tinha no plantel, deveria estar distraído. “Temos uma equipa forte. Fernando, Caballero, Sagna e Fernando, os jogadores que trouxemos, vão ajudar a equipa e tornar-nos mais fortes defensivamente”, explicou.

Isto quando, no sábado, Pellegrini tinha sublinhado que “não importa o quão perto ele [estava]”, ao garantir que Mangala “não [era] jogador” do City. O negócio, portanto, arrastou-se, algo que se terá devido ao facto de um passe do internacional francês ser detido por mais do que uma empresa — o que impede um jogador de ser inscrito na Premier League, de acordo com os regulamentos da competição.

Um terço do passe de Mangala era detido pelo Doyen Sports Investment, um fundo dedicado sobretudo à extração de urânio, ao qual o Porto vendeu 33,3% do passe do jogador em dezembro de 2011. Nessa altura, aliás, os dragões anunciaram igualmente que 10% de uma futura transferência do gaulês reverteria para a sociedade Robi Plus.

Contas feitas, o Porto ficou com apenas 56,6% do passe de Eliaquim Mangala — que chegaram para o clube lucrar 30,5 milhões de euros com a venda do defesa gaulês. Em junho, recorde-se, o Porto já venderam Fernando aos ingleses por 15 milhões de euros.

Em três épocas, Mangala fez 96 encontros e marcou 13 golos pelo Porto que, no mesmo dia, confirmou a contratação do seu possível sucessor: Iván Marcano. É espanhol, tem 27 anos, e na época passada jogou nos gregos do Olympiakos, por empréstimo dos russos do Rubin Kazan. O também defesa central começou a carreira no Racing de Santander, tendo depois passado pelo Villarreal e Getafe, antes de emigrar para a Rússia.