“Robin Williams, an Improvisational Genius, Forever Present in the Moment”, por A. O. Scott, no New York Times, esta terça-feira
“É evidente que Williams era um dos comediantes verbais mais explosivos, exaustivos e prodigiosos que alguma vez viveu. A única coisa mais rápida que a sua boca era a sua mente, que era capaz de saltos de absurdidade de livre associação de cortar a respiração.”
“Observando-o a sério, não podíamos não reparar na exuberância que estava guardada e não podíamos deixar de nos perguntar quando, como ou se ela iria irromper. O facto de sabermos do que ele era capaz tornava os seus feitos de autocontrolo ainda mais entusiasmantes. Por vezes sentíamos que ele tinha consciência disso e que gostava da improbabilidade de o considerarmos o homem reto, a voz da razão.”
“Robin Williams: ‘I was shameful, did stuff that caused disgust – that’s hard to recover from'”, por Decca Aitkenhead, no Guardian, a 20 de setembro de 2010
Em 2010, aquando da estreia de O melhor pai do mundo, o Guardian entrevistou Robin Williams. Ou, pelo menos, tentou. Decca Aitkenhead relata no texto como o ator fugia às perguntas e derivava para temas que aparentemente nada tinham que ver com a sua vida. Por fim, acabou por revelar alguns pormenores pessoais.
Sobre o problema de alcoolismo que tinha, relatou como voltou a beber, em 2003, depois de 20 anos sem tocar em álcool. “Eu estava numa terra pequena [no Alasca] que não é o fim do mundo, mas dá para vê-lo de lá. E pensei: beber. Só pensei ‘ei, se calhar beber vai ajudar’. Eu estava sozinho e assustado. Era o trabalhar demasiado e pensar ‘porra, talvez isto ajude’. E foi a pior coisa do mundo”, disse.
Já para o fim da entrevista, a jornalista escreve: “Pergunto-lhe se ele se sente mais feliz hoje em dia e ele responde calmamente: ‘Penso que sim. Mas não tenho medo de ser infeliz. Também é bom.’
“Robin Williams lived intensly”, por James Hamblin, na Atlantic, esta terça-feira
“O Williams dos gags e risos inacabáveis aprendeu a viver sem ironia – fez Duas Amas de Gravata [2009] “para pagar as contas” e não se envergonhou – e nós hoje também o aprendemos. Ele correu riscos e disse coisas que muitos de nós apenas pensamos. Por isso, por correr os riscos que todos queríamos correr e carregando as suas fraquezas lado a lado com a sua paixão e veneno, é mais do que respeitado, é amado.”
“Mr. and Mrs. Williams”, por Lilian Ross, na New Yorker, a 20 de setembro de 1993
Durante as filmagens de Papá para sempre, a jornalista acompanhou Robin e Marsha Williams, a produtora do filme e, até 2008, mulher do ator. E escreveu:
“Com as câmaras apontadas a ele, as luzes, as gruas, os técnicos de som e os visitantes do estúdio e toda a parafrenália supostamente perturbadora à sua volta, parecia que Williams estava a alcançar um nível de representação como eu nunca lhe vira.”
“Williams parece ter sempre energia de sobra (…). Durante uma pausa para almoço logo num dos primeiros dias de rodagem, ainda antes de as pessoas se conhecerem, o sr. e a sra. Williams estavam sentados numa mesa quando [Robin] Williams reparou que Sally Field [que fazia o papel de sua mulher] estava a olhar em volta à procura de um lugar para se sentar. Imediatamente, ele começou a gritar, com um sotaque do sul [irreproduzível]: ‘Vem já para aqui, Norma Rae! Vem já para aqui!'”
“Williams tem a sua maneira especial de se retirar para o seu silêncio privado. Pode olhar em volta absorto, mas quem está ao seu lado aprende que ele absorve cada movimento, cada gesto, cada expressão (…). Qualquer pessoa que esteja ao pé de si testemunha explosões inesperadas daquilo a que a sua mãe chama a sua ‘missão na terra’.
“Robin Williams: The Comic Who Was Hamlet”, por Richard Corliss, na Time, esta terça-feira
“Quem era Robin Williams? Ou melhor, quem eram? (…) O esforço de viver com todas essas personalidades – e conjugando carreiras paralelas de cómico e de ator sério, vencedor de Óscares – aparentemente deixou Williams exausto. (…) “Robin lutava contra uma depressão severa. É uma perda trágica e repentina”, disse Mara Buxbaum, a sua agente.”