A Refer fechou o primeiro semestre de 2014 com um prejuízo de 48,7 milhões de euros, um agravamento face ao período homólogo, período em que a gestora da rede ferroviária recebeu uma receita extraordinária. A empresa pública, que será objeto de fusão com a Estradas de Portugal e dará origem à Infraestruturas de Portugal, explicou que, no primeiro semestre de 2013, apurou um valor de imposto a receber no valor de 23,4 milhões de euros, que reduziu o prejuízo para 17,4 milhões de euros, exercício não efetuado em 2014.

Nos primeiros seis meses, o resultado operacional da Refer melhorou em 48% face ao período homólogo de 2013, fixando-se em 9,2 milhões de euros negativos. Até junho, a empresa liderada por Rui Loureiro conseguiu reduzir os gastos operacionais em 8% para 93,5 milhões de euros. O maior contributo foi originado pela diminuição dos gastos com pessoal, que sofreram um corte de 19% (nove milhões de euros), após as medidas de redução remuneratória contempladas no Orçamento do Estado 2014 e pela diminuição do efetivo.

No final de junho, a empresa contava com 2.531 trabalhadores, sensivelmente os mesmos que no final de 2013 (2.540) e menos 244 do que no ano anterior. Em comunicado, a Refer adiantou que, até junho, os rendimentos operacionais se mantiveram estáveis em torno dos 84 milhões de euros. “Para esta estabilidade contribuíram os rendimentos resultantes da tarifa de utilização, através do acréscimo de 4% na utilização real da infraestrutura face ao verificado no período homólogo, e de outros rendimentos”, acrescenta a empresa pública.

O presidente da Estradas de Portugal (EP), António Ramalho, vai liderar o processo de fusão entre a Refer – Rede Ferroviária Nacional e a EP, que resultará na criação de uma única empresa, denominada Infraestruturas de Portugal. No despacho a que a Lusa teve acesso na semana passada, o Governo atribui a António Ramalho a coordenação da comissão de planeamento, composta por seis elementos, que na prática corresponderá ao corpo central do primeiro corpo de administração da nova empresa.

A comissão de planeamento conta com José Ribeiro dos Santos e Alberto Diogo, ambos administradores da Refer, e José Serrano Gordo e Vanda Nogueira, da EP, e ainda o economista José Carlos Osório. De fora da comissão fica o atual presidente da gestora da Refer, Rui Loureiro. A Infraestruturas de Portugal contará com mais de 4.000 trabalhadores – dos quais 1.090 da Estradas de Portugal e 2.955 da Refer – e será gestora de 13.515 quilómetros de rodovia e 2.794 quilómetros de ferrovia.

 

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