O candidato à liderança do PS António Costa considerou que a sustentabilidade da Segurança Social não exige cortes nas pensões, mas a criação de emprego, acrescentando que o primeiro-ministro não apresentou uma proposta de reforma.
“Este Governo está esgotado nas suas soluções e aquilo que o primeiro-ministro disse sobre a reforma da Segurança Social não é uma proposta de reforma, o que ele vê como reforma são o corte das pensões e esta ideia que tem que nós temos de escolher entre o futuro dos nossos filhos e o presente das nossas mães”, frisou.
António Costa falava em declarações aos jornalistas na ilha do Faial, nos Açores, onde apresenta hoje a sua candidatura aos socialistas açorianos, reagindo às declarações do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que, na sexta-feira, na festa social-democrata do Pontal, desafiou o Partido Socialista a firmar uma reforma da Segurança Social antes das eleições.
Para António Costa, o que põe em causa a sustentabilidade do sistema da Segurança Social não é o valor das atuais pensões, mas “a crise económica”.
“Só o desemprego e a emigração, por perda de salários e por perda de contributos, criaram uma fragilidade de 8 mil milhões de euros”, frisou.
O candidato à liderança do PS salientou que foi feita uma “grande reforma” da Segurança Social durante a governação socialista “muito elogiada em Portugal e em toda a União Europeia, como a reforma que mais contribuiu para a sustentabilidade futura do sistema”.
Nesse sentido, defendeu que é necessário “estabilizar as pensões de hoje e ir acompanhando no futuro, na Concertação Social”, para que se crie “um equilíbrio positivo entre a política de rendimentos, entre a sustentabilidade do sistema e o crescimento económico”.
“A grande prioridade hoje para reforçar a sustentabilidade do nosso sistema de Segurança Social é travar a crise, é criar emprego, é de novo reforçar as contribuições para a Segurança Social”, salientou.
António Costa realçou ainda que “o primeiro-ministro finalmente resolveu dar tréguas na sua luta contra a Constituição, infelizmente só até às eleições legislativas”.
Esta tarde, o secretário-geral do PS, António José Seguro, recusou o desafio do primeiro-ministro, alegando que “não pode ser levado a sério”, tendo em conta “o momento e a forma como foi feito”.